A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou duas vacinas para uso emergencial na tarde deste domingo (17), a partir de hoje, duas vacinas poderão ser utilizadas no Plano Nacional de Imunização (PNI), a AstraZaneca/Oxford que será produzida no Brasil pela FioCruz e a CoronaVac/SinoVac que é produzida pelo Instituto Butantan.
Após a aprovação, o Governador de São Paulo correu para a frente das câmeras querendo aparecer bem na foto com a primeira pessoa vacinada do Brasil. O início da vacinação no país está programada para iniciar na próxima quarta-feira (20) mas João Dória correu para tentar ganhar politicamente do Governo Federal e iniciou o plano de vacinação do estado de São Paulo com a CoronaVac, que tem 50,38% de eficácia comprovada já na tarde deste domingo.
O problema é que o Instituto Butantan tem um contrato de exclusividade para o fornecimento das vacinas ao Ministério da Saúde, que já requisitou as 6 milhões de doses disponíveis para distribuir nacionalmente. Com o início da vacinação em São Paulo sem o consentimento do Ministério da Saúde, João Dória quebrou o contrato entre o Instituto e o Ministério apenas para sair na frente de todos os outros estados. Ainda, de acordo com o Governo de São Paulo, o Instituto Butantan não vai atender toda a solicitação do Ministério da Saúde, o Instituto pretende reter mais de 1 milhão de doses no Estado de São Paulo e João Dória garantiu que enviará 50 mil doses diretamente para o Estado do Amazonas, quebrando a cadeia de distribuição do plano Nacional de Imunização que deve passar pelo Governo Federal que fará a distribuição proporcional entre todos os estados.
Em coletiva realizada na tarde deste domingo, o Ministro Pazuello disse que o início da vacinação em São Paulo por João Dória é questão de justiça, “Poderíamos num ato simbólico ou numa jogada de marketing iniciar a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso”, acrescentou o ministro. Ele afirmou que a aplicação da primeira dose da vacina em São Paulo é “uma questão jurídica”.
“Todas as vacinas produzidas pelo Butantan estão contratadas de forma integral e de forma exclusiva para o Ministério da Saúde e para o PNI, todas, inclusive essa que foi aplicada agora. Isso é uma questão jurídica. Não vou responder agora, porque a Justiça que tem que definir. Como foi feita a entrega sem ter feito a liquidação nos nossos depósitos, para depois para a distribuição para o estado”, afirmou Pazuello.