*Por Guilherme Cavalcante
O mês de novembro foi marcado por dois eventos com importância internacional que prometem impactar muito nas ações das empresas e governos para 2023, o Web Summit, maior conferência da Europa em tecnologias, e a COP 27, Conferência do clima da Organização das Nações Unidas.
Mesmo que tratem de temas e sejam voltados para públicos diferentes, ambos os eventos tiveram como coincidência um maior destaque voltado ao nosso país, seja na participação ou nas possibilidades de novos negócios. Foi a maior presença brasileira no Web Summit, por exemplo, com cerca de 300 empresários e a participação de cerca de 60 startups. Já na COP 27, o Brasil ganhou destaque e importância, graças à sinalização da nova política ambiental, prometida pelo novo governo brasileiro.
Além disso, um assunto recorrente nesses em toda a programação desses grandes eventos foi a preocupação com novas tecnologias e inovações com bases sustentáveis e que respeitem o meio ambiente. Na Web Summit, por exemplo, foi destaque uma startup Angolana que ganhou 50 mil dólares na premiação “startup The future, da Galp, empresa de energia refencia em mobilidade elétrica de Portugal, pela criação de sistema de energia solar para resfriamento de freezers na África que ajudou a armazenar toneladas e comida perecível e alimentou dezenas de milhares de crianças. E em segundo lugar a Ucorp, única startup brasileira no podium, com sua tecnologia blockchain de tokenizacao de deslocamento em mobilidade elétrica E geração créditos de carbono.
Outro mercado bastante comentado e que, com certeza, terá um grande protagonismo nos próximos anos, é o de crédito de carbono, muito citado na COP 27, e que tem o Brasil como principal foco de grandes países e empresas e deve passar por uma intensa transformação nos próximos meses. Muito por conta da sinalização de que há a intenção de criar no país uma regulamentação e ser autoridade neste assunto até 2025.
O Brasil reúne cerca de 15% do potencial global de captura de carbono nas atividades relacionadas ao uso da terra, que pode responder por 50% da oferta de crédito no mercado internacional até 2030, quando se projeta um mercado voluntário de US$ 50 bilhões, apontou um estudo da McKinsey.
Números assim mostram que nosso país, e, principalmente o setor de mobilidade urbana, junto aos eletrificados, pode ser um dos de maior destaque nos próximos meses, muito por conta da união, que este setor já demonstra, e das inovações que estão sendo apresentadas.
Sendo assim, temos pela frente uma ótima oportunidade de crescer, e de, quem sabe, aumentar o alcance da nova mobilidade que já está presente no nosso país, para levar ainda mais ao público, e desenvolver novos sistemas que sejam sustentáveis e que impactem a sociedade nas metas de descarbonização.
*Guilherme Cavalcante é CEO e fundador do app UCorp. O executivo tornou-se especialista em desenvolver modelos de negócios e produtos digitais com foco em mobilidade. Guilherme é formado em Tecnologia e Mídias Digitais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e possui pós-graduações em Design de Projetos Especiais (BAU-Barcelona) e Inteligência de mercado (Universidade de São Paulo – USP).