A revista científica European Respiratory Journal publicou artigo científico com os resultados do estudo financiado pelo governo brasileiro sobre o uso do vermífugo nitazoxanida no combate ao coronavírus.
Eis a íntegra (em inglês).
O estudo começou com 1.575 voluntários, em 7 cidades do país. Mas só 475 contraíram a covid-19, então os demais foram excluídos.
Ao fim do estudo, os resultados consideraram 392 pacientes. As análises indicaram que a nitazoxanida (cujo nome comercial é Annita) é capaz de reduzir a carga viral em pacientes com até 3 dias de confirmação da doença no organismo. Para isso, deve ser administrado na dosagem de 500 mg, de 8 em 8 horas, durante 5 dias.
A carga viral dos 194 pacientes que se trataram com a nitazoxanida caiu 55% depois de 5 dias.
Entre os 198 voluntários que tomaram o placebo, a carga viral teve redução de 45% no mesmo período.
O vermífugo não levou à redução dos sintomas da covid-19.
Os pesquisadores, desse modo, concluem não haver evidências de que o medicamento seja uma terapia efetiva para pacientes com casos leves de covid-19.
O artigo foi enviado ao European Respiratory Journal em 5 de outubro. Foi aceito em 4 de dezembro e publicado em 24 de dezembro. É assinado por 29 pesquisadores, coordenados pela professora Patrícia Rocco, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
“A publicação do estudo clínico é um presente de Natal da ciência brasileira para o mundo. É uma excelente notícia de fim de ano para começarmos 2021 com ainda mais determinação para enfrentar essa pandemia utilizando a única arma possível de derrotá-la: a ciência”, disse o ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) ao site oficial da pasta.
Em outubro, o governo federal promoveu evento para divulgar os resultados desse estudo, mas não apresentou os dados.Usou um gráfico genérico, comprado em banco de imagens, para ilustrar a apresentação.