Idosos menos preocupados com a pandemia e funcionários temerosos por seus empregos, mostra pesquisa

“O estudo também identificou que as pessoas estão interessadas em se reeducar e agir de forma mais consciente”

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O estudo Opiniões Covid-19, resultado da parceria entre Perception, Engaje! Comunicação e Brazil Panels, entrevistou online, em todas as regiões do Brasil, homens e mulheres com mais de 18 anos, das classes ABCD, com margem de erro de até 4%, para saber a opinião dos brasileiros sobre diversas ações cotidianas em meio ao novo cenário vivido com a pandemia. As entrevistas foram feitas entre 1 e 3 de abril, nesta primeira fase do isolamento da maioria dos Estados do País. Entre diversas outras questões, a pesquisa sondou o comportamento perspectivas dos brasileiros nesta primeira quinzena do isolamento. 

Apesar de estarem no grupo de pacientes com maior risco de morte, no caso de contaminação do Coronavírus, há menos idosos extremamente preocupados com a Covid-19 que pessoas de 18 a 55 anos — 64% do grupo de 36 a 55 anos mostraram-se muito ou extremamente preocupado em ficar doentes. Em segundo lugar, com 60%, vêm as pessoas entre 18 e 35 anos, enquanto dos idosos somente 49% estão com esse nível de cuidado e preocupação.

foto internet

A pesquisa também identificou grande preocupação dos brasileiros com a economia e seus empregos. Os funcionários de empresas privadas formam o grupo mais receoso com a crise ocasionada pela pandemia mundial;  71% destes afirmaram estar enfrentando grandes níveis de stress, seguidos por 62% dos autônomos e microempresários e 51% dos funcionários públicos. 

Saúde x Economia

61% dos brasileiros entrevistados, de todas as regiões do país, revelaram que suas preocupações estão relacionada à saúde– 20% responderam que temem que esses serviços colapsem e não cheguem a todos. Os demais citaram o medo por alguém próximo ficar doente ou eles próprios adoecerem ou ainda pelo elevado número de mortos. 

Outros 29% expressaram sua apreensão perante uma eventual perda do emprego ou desajuste nas finanças pessoais. Aliás, 45% dos que responderam à pesquisa afirmaram categoricamente que acreditam que no mundo pós-Covid19 vai faltar trabalho.

foto ebc

Mudança de hábito

Além do fato de estarem lavando mais as mãos – 86% afirmaram estar seguindo esta orientação dos órgãos de saúde – a maioria revela que, com o isolamento social e a necessidade de passar mais tempo em casa, estão vendo mais filmes da TV (62%), fazendo mais faxina (61%), usando mais as redes sociais (58%), cozinhando (56%) e vendo notícias na TV (53%).

“O estudo também identificou que as pessoas estão interessadas em se reeducar e agir de forma mais consciente”, comenta Rodrigo Toni, sócio e diretor geral da Perception.

A respeito dos hábitos que irão adquirir depois que a ameaça de contaminação passar, quase metade dos entrevistados não hesitou em responder que vai fazer uma reserva financeira e 38% desejam se alimentar melhor. Na relação com o outro, 42% querem ser mais solidários e justos e 29% visam a se empenhar em trabalhos sociais. E, no campo da política, 31% pretendem pesquisar melhor antes de votar e 29% cobrar mais os governantes.

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