Perito afirma que Usineiro que disparou 11 tiros e matou dois agiu em legítima defesa

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Será julgado nesta quinta-feira (25), após 19 anos, o usineiro Marcelo Zacharias Afif Cury, acusado de assassinar dois homens e tentar matar um terceiro após uma discussão em frente a uma choperia de Ribeirão Preto (SP). Segundo o perito criminal Ricardo Molina, o empresário, que efetuou 11 disparos contra as vítimas, agiu em legítima defesa.

Sobre os 11 tiros que acer­taram as vítimas, no total de 12 no pente da pistola Taurus 380 usada por Marcelo Cury na ocorrência, o perito explicou que “não é resposta de quem tem perícia no manuseio da arma, pelo contrário, na verda­de quem tem perícia no manu­seio atira em área letal do corpo e os tiros, em 90% dos casos não foram em áreas letais, e a questão de muitos tiros terem atingido as vítimas não tem nada a ver com a perícia do ati­rador nesse caso, mas sim com o fato delas estarem próximas a ele”, explicou.

É quase impossível uma pessoa errar quando está a um metro” disse Molina. A pistola dispara 12 tiros, se a pessoa tiver treinamento, em 1,5 segundos. De acordo com o perito.

Sobre o fato de não ter havido uma reconstituição do crime na época, Molina ponderou que “talvez alguns aspectos pudessem ter sido esclarecidos antes, mas o que nós fizemos agora não sofreu nenhum prejuízo com a pas­sagem do tempo, porque tanto as provas testemunhais quanto o exames necroscópicos foram feitos na ocasião, e foi com es­sas informações que fizemos nosso laudo. Nós não ouvimos ninguém mais, somente o que foi feito em juízo no calor dos acontecimentos”.

Os laudos foram bem fei­tos e são confiáveis, declarou. A vantagem agora é a com­putação gráfica, segundo Ri­cardo Molina, e o realismo da ferramenta virtual é im­portante para definir detalhes com escalas. E o programa é compatível com a biomecâni­ca humana.

O perito divulgou o laudo a menos de 48 horas do iní­cio do julgamento de Marce­lo Cury, marcado para as 10 horas da manhã desta quinta­-feira, 25. Por não estar preso, ele terá que entrar pela porta da frente do prédio do Fórum Estadual de Ribeirão Preto.

O julgamento do caso, que ocorreu em 5 de abril de 1997, está marcado para as 10h30, no Fórum de Ribeirão Preto. O juiz José Roberto Bernardi Liberal determinou o tribunal do júri no início deste ano, após uma longa batalha judicial.