Projeto prevê reprodução de grafites feitos pelos educandos nas paredes internas do refeitório e, segundo diretor regional, pode ser replicado para outras unidades
Os 65 educandos da Fundação Casa de Ribeirão Preto conheceram, na última semana, o projeto Civilidade nas Ruas – Sustentabilidade, que prevê um concurso de desenhos que serão reproduzidos nas paredes internas dos quatro refeitórios da unidade.
A ideia foi da professora de História e socióloga Giany Amary de Alencastro Pereira.
“Pensei em unir a arte e a pedagogia de forma lúdica para embelezar o espaço interno, onde os meninos vivem, e aproveitar para tratar de um tema atual, a sustentabilidade, que é um desafio para toda a nossa sociedade”, explica.
Rogério José da Silva, coordenador pedagógico da Fundação Casa, conta que o projeto foi recebido com entusiasmo pelos educandos.
“Temos aqui meninos de 15 a 19 anos de idade. Um dos nossos maiores desafios é incentivar os talentos para que esses meninos voltem à sociedade não somente integrados a ela, mas gerando valor e este é um dos papéis da arte”, comenta.
Os educandos tiveram uma palestra de sensibilização para o tema do concurso, preparada pela arquiteta Patricia Caliento Paiva voluntária neste projeto.
Os quatro melhores desenhos, escolhidos por um júri popular, que será anunciado brevemente pela Fundação Casa de Ribeirão Preto, serão reproduzidos nas paredes internas dos refeitórios.
O material para a pintura foi oferecido por voluntários do projeto que receberam doações de amigos e casas de material de construção da cidade.
“Achei uma ótima ideia. Gostamos de mudar o visual de onde estamos vivendo, assim nosso ambiente fica agradável. Os familiares vêm e veem um clima de mais alegria e isso é importante para todos nós”, disse um dos educandos da unidade que já está preparando seu grafite para o concurso.
“Lançamos um desafio para os meninos que é dizer, em desenho, o que ele entende por sustentabilidade e como ele pode contribuir com a civilidade nas ruas como cidadão”, conta a professora Giany.
Ação pode ser replicada
Flavio Figueiredo, diretor de unidade – Casa Ribeirão Preto, onde o projeto está sendo realizado, diz que o projeto “motiva os educandos, incentiva a criatividade, transforma o debate interno e é uma ação que mobiliza todo mundo, pauta as conversas e cria um clima positivo de expectativas em que no final todos ganham”.
Reinaldo Almazan, diretor regional da DRN-Divisão Regional Norte Fundação Casa, fala sobre a importância do projeto. “A ação abre portas não apenas na área de socioeducação, mas para a interação dos adolescentes com o meio externo. Eles precisam vivenciar outras experiências, além daquelas que viveram anteriormente e esta é uma oportunidade interessante para isso”, comenta. Segundo o diretor, a partir desta experiência, há possibilidade de replicar o projeto para outras unidades.