Embaixador chinês é confrontado com vídeo de campos de concentração

0
2463
arquivo

O embaixador da China no Reino Unido, Liu Xiaoming, teve muita dificuldade e fugiu de questionamentos sobre imagens de drones da região de Xinjiang, na China, que mostram prisioneiros com a cabeça raspada algemados, vendados e sendo levados para trens.

O vídeo, já validado por diversos serviços de inteligência de países do ocidente, incluindo especialistas australianos, apareceu pela primeira vez em outubro de 2019 nas redes sociais, mas ressurgiu e se tornou viral mais recentemente.

Nele é possível constatar abusos dos direitos humanos cometidos contra muçulmanos, cristãos e outras minorias étnicas em solo chinês.

Mais de um milhão de uigures turcos estão detidos em campos de concentração, prisões e fábricas de trabalho forçado na China.

Os detidos estão sujeitos a disciplina de estilo militar, transformação de pensamento e confissões forçadas.

Eles são abusados, torturados, estuprados e até mortos.

Os sobreviventes relatam ser eletrocutados, espancados repetidamente, e submetidos a posições de estresse e injeções de substâncias desconhecidas.

Esses campos de detenção em massa foram projetados para causar sérios danos físicos, psicológicos e perturbar mentalmente o povo.

As repetidas ordens do governo para “quebrar sua linhagem, romper suas raízes, romper suas conexões e romper suas origens”; “Reunir todos que devem ser reunidos”; e impedir sistematicamente os nascimentos de quem não segue os preceitos comunistas, demonstram uma clara intenção de erradicar estes povos.

Liu, que foi confrontado com o vídeo do apresentador de talk show da BBC Andrew Marr, defendeu Xinjiang como o “lugar mais bonito” e afirmou que não sabia de onde vinham as imagens. “Às vezes você tem uma transferência de prisioneiros”, disse ele, tentando convencer de que as imagens mostravam uma prisão convencional.

FOTO DIVULGAÇÃO

No mês passado, a agência Associated Press informou que a China está realizando uma ampla campanha de controle forçado de nascimentos e esterilização de uigures e outras minorias que é “muito mais difundida e sistemática” do que se sabia anteriormente – esforços que alguns especialistas descreveram como “genocídio demográfico”.

internet