O raio passeia e fatura o tri olímpico na Rio 16

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Em meio aos tempos sombrios vividos pelo atletismo, um raio apareceu como salvação: Usain Bolt se tornou o maior nome da modalidade com seu inédito tricampeonato olímpico nos 100 metros rasos na Rio-2016. Como se parecesse pouco, ele acumulou a sua sétima medalha de ouro em oito competições disputadas – só perdeu quando se contundiu. Assim, cumpriu o que se propôs ao final de Londres: virar uma lenda.

Caso você não tenha visto, Bolt deixou mais uma vez todos os adversários para trás, deixou o cronômetro parado em 9s81, sua melhor marca na temporada. Ser o primeiro a cruzar a linha de chegada significava ser também o primeiro tricampeão olímpico da história dos 100m rasos, seja entre homens ou mulheres. Significava ter vencido lesões, vencido a desconfiança, vencido os limites de um corpo de 29 anos. Ter vencido o maior rival, o americano Justin Gatlin (9s89) e o canadense Andre De Grasse (9s91), que completaram o pódio.

A história de Bolt teve os elementos dos filmes clichês norte-americanos. O herói que aos 29 anos tem que se manter no topo, a contusão pouco antes do grande evento, o rival com cara de vilão e passado de doping (Justin Gatlin) – é verdade que ele pagou suas penas e nunca mais foi pego.

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E Bolt soube incorporar o papel de protagonista. Deixou o suspense no ar após a lesão na coxa direita nas classificatórias jamaicanas.

Na primeira oportunidade que teve de mostrar seu valor na pista, na manhã de sábado, passeou na fase classificatória. Soube que Gatlin mais uma vez foi mais rápido, mas não se incomodou. Como de hábito, seu potencial apareceria no momento certo.

Quando a medalha entrou definitivamente em jogo, Bolt seguiu o script que o tornou lenda. Entrou de braços abertos, ovacionado. Gatlin foi ainda mais vaiado do que na semi, mas não deu importância. Bolt, muito menos. Foi o primeiro a testar o bloco de partida. Uma vez dada a largada, saiu mal como sempre, arrancou como sempre – para passar Gatlin, que liderou até os 10 metros finais – e cruzou em primeiro, como sempre fez em Olimpíadas desde que se tornou o homem mais rápido do mundo. Completou a distância em 9s81 e bateu no peito.