O craque que integrou o Esquadrão de 1966 onde Piter que formou junto com Jair Bala um dos maiores times do Comercial
Na galeria de ídolos do Comercial, Jair Bala é e sempre será uma unanimidade. Infelizmente nesta terça-feira, ele partiu aos 79 anos de idade. O craque que integrou o Esquadrão de 1966 estava internado desde que sofreu um AVC. O Comercial decretou luto de três dias em sua homenagem.
Jair Félix da Silva, meio-campista, veio para o Comercial em 1965 depois de se destacar pelo América-MG.
Na época os dirigentes investiram 50 milhões de cruzeiros para contratar Jair Bala, uma alta transação que não era vista em clubes do interior.
Seu nome aparece em qualquer seleção de todos os tempos como um dos mais geniais meio-campistas que já passaram pelo clube. Jair fez parte do time de 1966 que foi campeão do interior e escreveu com gol e lindas jogadas, o seu nome na lista dos imortais. Natural de Cachoeira do Itapemirim, Jair começou a carreira no futebol carioca, passando pelas categorias de base do Flamengo, depois Botafogo, até desembarcar no América/MG, onde também foi um grande ídolo até hoje.
Quando ainda defendia o clube mineiro foi visto pelos dirigentes comercialinos que buscavam completar, com um meio-campista talentoso, o timaço que estavam montando. E Jair Bala foi o nome escolhido.
Antes dele, em 1963, o Comercial havia trazido de Minas Gerais os campeões brasileiros pela seleção mineira, Luiz Carlos, Amauri, Marco Antonio e Ari. Faltava o meia-esquerda e em 1965 Jair Bala foi contra- tado por 50 milhões de cruzeiros. A maior transação do ano feita por um clube do interior. Jair justificou cada centavo investido em seu futebol, e quando foi embora para o Palmeiras, em 1967, deu lucro ao clube, sendo vendido por 90 milhões.
Entre 1965 e 1966, o período no qual defendeu o Leão do Norte, Jair conquistou o carinho e a admiração da torcida, dirigentes e dos companheiros. Sua chegada trouxe um problema ao técnico Alfredinho, que já possuía outro craque canhoto no seu time, Carlos Cézar. E foi aí que Alfredinho mostrou sua capacidade, encontrando espaço para os dois notáveis.
“Em 1964 fui vice-campeão mineiro, melhor do ano e fui para a seleção mineira, jogando na inauguração do Mineirão em 1965. O Ari que já estava no Comercial falou de mim e vieram me buscar. Meu primeiro jogo foi contra o Noroeste, quando entrei só um pouquinho porque tinha acabado de chegar em Ribeirão. Agora a minha estreia para valer mesmo foi no Come-Fogo. O Carlos Cézar não gostava muito de jogar o clássico, porque era da cidade e existia muita onda em cima do nome dele e ele não gostava disso. Falavam que estava vendido, aquelas coisas
não jogar, marcou o casamento dele na véspera. E na igreja, a gente estava lá e o Alfredinho me olhou de lado e disse assim. Ei Pantera (imita a voz rouca do treinador) amanhã você vai pro jogo hein. E eu fui e ganhamos por 5 a 0, fiz gol e aí deslanchei. Depois joguei junto com o Carlos Cézar pois o Tio viu que tinha de encontrar espaço para os dois e o Carlos Cézar passou a jogar mais aberto e fechando para o meio campo quando eu avançava. Era incrível o entrosamento.
Eram dois armadores no time e quando eu encostava no Paulo Bin, o Carlos Cézar vinha por dentro. O Paulo Bin fazia gol por correspondência, o Luiz era muita inteligência, o Peixinho veloz, e o Carlos Cézar também decidia na bola parada. Um time que jogava e se entendia dentro de campo. Deste Come-Fogo de 5 a 0 que eu falei, eu lembro que massacramos.
O treinador deles, que inclusive foi campeão com a seleção mineira, se encontrou comigo na semana do clás- sico e eu comentei que seria um fria para ele, estrear justamente contra nós. Dito e feito, ele perdeu e no dia seguinte foi mandado embora e pegou o ônibus de volta para Belo Horizonte, coitado”.
As recordações do time de 1966 são muitas para Jair Bala. Outro Come-Fogo disputado naquele Paulistão não sai da lembrança do craque.
No Comercial, Jair lamenta apenas não ter sido cam- peão estadual, o que esteve perto de acontecer em 1966 se não fosse a estranha derrota por goleada para o Palmeiras que tirou a equipe da disputa e permitiu ao Verdão ficar com a taça.
Depois de despedir-se como jogador, Jair Bala ainda voltou ao clube na função de téc- nico em 1981.
O ÍDOLO
JAIR FÉLIX DA SILVA – JAIR BALA
Nascimento, 10 de maio de 1943, em Cachoeira do Itapemirim
CLUBES ‐
Flamengo, Botafogo, América/MG, Comer- cial, Palmeiras, América/MG, Comercial, Botafogo, Bahia, Paysandu
NO COME‐FOGO
12 clássicos – 4 vitórias, 5 empates e 3 derrotas
fonte: thathi.com.br
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