O faturamento real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE) no conceito de mesmas lojas – que considera as lojas em operação no tempo mínimo de 12 meses – registrou queda de 1,39%, de janeiro a abril de 2016 em relação ao mesmo período de 2015. Em abril, houve queda de 3,84% nas vendas comparadas ao mesmo período de 2015 e, em comparação com março de 2016, houve retração de 3,91%.
Já no conceito de todas as lojas – que consideram todas as lojas criadas no período pesquisado – houve queda em 2015 de 1,85%. Em abril, houve queda de 3,69% em relação a abril de 2015, e retração de 3,41% em relação a março.
As vendas ao longo de 2016 continuam a apresentar desaceleração expressiva quando comparadas a 2015. O motivo é a inflação mais elevada e persistente que afetou o poder de aquisitivo da população e reduziu o volume de compra das famílias nos supermercados. Porém, o ritmo das vendas constatado nos resultados analisados pela APAS – Associação Paulista de Supermercados – apresenta tendência de estabilidade das quedas, aspecto que pode contribuir para uma desaceleração menor ao longo dos próximos meses.
O setor supermercadista, mesmo diante de um cenário macroeconômico instável, continua apresentando um desempenho mais favorável quando comparado a outras atividades econômicas. “Em análise dos resultados ao longo dos últimos anos, o setor supermercadista foi o último a ser impacto pela instabilidade que afeta a economia brasileira. E o setor deve ser o primeiro a ser beneficiado em caso de melhora na confiança e no ambiente de negócios”, comenta o gerente de economia e pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano.
O setor supermercadista vem ao longo dos últimos meses buscando alternativas para enfrentar as dificuldades político-econômicas do País por meio de oportunidades que possam manter o desempenho das vendas em ritmo mais estáveis e sem maiores impactos para os resultados dos negócios.
Contudo, esse esforço para garantir um equilíbrio do volume de vendas prejudica a margem do setor, que é inferior a outras atividades econômicas. “A redução de vendas com elevação dos custos por conta principalmente de preços administrados força o setor supermercadista a intensificar ações para que a margem não seja afetada de maneira expressiva, contribuindo, assim, para a estabilidade de seu negócio”, diz Mariano.
Com relação ao faturamento real dos supermercados no Estado de São Paulo (deflacionado pelo IPCA/IBGE), no acumulado de 2016 em relação ao mesmo período de 2015, este apontou alta de 1,20% no conceito de mesmas lojas. Em abril houve ligeira alta de 0,07% em relação a abril de 2015 e houve queda de 3,75% em relação a março. No conceito de todas as lojas houve elevação de 0,73% de janeiro a abril em relação ao mesmo período de 2015. Em abril, alta de 0,22% em relação a abril de 2015 e retração de 3,24%em relação a março.
Faturamento nominal cresce
O Faturamento nominal dos supermercados no Estado de São Paulo, no acumulado de janeiro a abril de 2016, em relação a 2015 teve alta de 11,25% no conceito de mesmas lojas. Em abril, a alta foi de 9,35% comparada ao mesmo mês em 2015 e queda de 3,16% em relação a março. No conceito de todas lojas houve alta de 10,73% de janeiro a abril em relação a 2015. Em abril, alta de 9,52% em relação ao mesmo período de 2015 e queda de 2,65% em relação a março.
Mesmo diante de uma inflação elevada e persistente e do seu impacto no consumo das famílias, com consequente queda nas vendas, o setor conseguiu apresentar desempenho ligeiramente favorável quando comparado a outras atividades econômicas.
Esse desempenho contribuiu para a manutenção de emprego e renda na economia brasileira. O setor supermercadista foi um dos setores com o menor número de fechamento de vagas formais de emprego ao longo dos últimos 12 meses. A expectativa para 2016 é de um desempenho ligeiramente melhor que 2015, mesmo em meio ao cenário econômico crítico em que a inflação tende a permanecer em patamar elevado.
Nota Metodológica
O Índice de Vendas dos Supermercados tem como objetivo acompanhar e analisar o desempenho das vendas do setor supermercadista no estado de São Paulo através da evolução do faturamento dos Hipermercados e dos Supermercados. A pesquisa é composta por hipermercados e supermercados do estado de São Paulo, os quais possuem uma representatividade de 85% do setor supermercadista. Os indicadores são divulgados tanto em caráter de mesmas lojas (que consideram apenas lojas abertas há pelo menos um ano) e de todas lojas (que consideram todas as lojas criadas no período pesquisado). As análises dos resultados auxiliam os empresários do setor na tomada de decisão com relação a reabastecimento, investimentos, compras, estoque. E de maneira geral auxilia o mercado na análise de tendências, plano de negócios, potencialidades e inserção no mercado.
Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.340 associados, que somam mais de 3.036 lojas.