O real brasileiro amarga o título de moeda mais desvalorizada do mundo em 2024, em um cenário de instabilidade econômica e política. Nesta segunda-feira (9), o dólar norte-americano atingiu o patamar de R$ 6,0820, marcando o maior valor nominal já registrado. Apenas na última semana, a moeda avançou 0,18%, acumulando uma alta de 25,34% no ano.
Fatores Internos e Externos
Os investidores estão de olho nos próximos movimentos do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne na quarta-feira (11). A expectativa é de um novo aumento da taxa básica de juros (Selic), diante de uma inflação persistente e sinais de atividade econômica aquecida no Brasil.
No exterior, decisões do Banco Central Europeu (BCE) e a política econômica do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, adicionam volatilidade aos mercados. O anúncio de possíveis aumentos de impostos sobre parceiros comerciais dos EUA gera incertezas adicionais.
Na Ásia, a economia chinesa dá sinais de fraqueza, com novos dados de inflação apontando desaceleração. Em resposta, o governo chinês anunciou mais incentivos fiscais e monetários para tentar sustentar o crescimento em 2025.
Impactos no Brasil
A desvalorização do real afeta diretamente a população brasileira. Produtos importados ficam mais caros, pressionando ainda mais o custo de vida. Por outro lado, o aumento da Selic pode tornar o crédito mais caro, desacelerando o consumo e dificultando a recuperação econômica.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, opera em alta, indicando otimismo dos investidores em alguns setores específicos, mas a volatilidade segue como regra.
Resumo das Cotações
- Dólar: Fechou a R$ 6,0820 (+0,18% no dia).
- Alta acumulada em 2025: 25,34%.
A fragilidade do real escancara a necessidade urgente de políticas econômicas mais consistentes para estabilizar a moeda e reconquistar a confiança dos mercados. É hora de o Brasil retomar a seriedade fiscal e o protagonismo nas reformas estruturais para evitar um colapso maior.
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JORNALISTA AIELLO