O fim dos jornais impressos? ‘O Diário’ suspende a circulação

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O jornal ‘O Diário’, fundado há mais de 60 anos, não circulou nos últimos dias e ontem à tarde sua Redação estava fechada. A direção não confirmou se a suspensão é temporária ou definitiva, mas tudo indica que o segundo mais antigo jornal em circu­lação em Ribeirão Preto está fechando as portas. A que provavelmente foi a edição derradeira chegou às bancas na última terça-feira.

A chegada de novas tecnologias atingiu a maioria dos jornais e revistas impressos, não apenas em Ribeirão,mas é um fenômeno mundial.

Fundado em 1955 pelo pio­neiro da imprensa local Costábile Romano, o ‘O Diário’ começou a circular em 19 de junho daquele ano, quando Ribeirão Preto co­memorava 99 anos de fundação. Com um layout arrojado para a época e uma afiada equipe de jornalistas, rapidamente se tor­nou a estrela da imprensa local. A morte repentina de Costábile Romano em um acidente auto­mobilístico, em 1966, fez com que o comando da Redação passasse para seu sobrinho Marcelino Ro­mano Machado.

Nessa época o jornal ‘O Diá­rio’ já era o mais lido, em especial graças a sua cobertura esportiva. As edições de terça-feira, com o noticiário esportivo do final de semana, muitas vezes esgotavam nas bancas antes do meio-dia. A essa altura faziam parte da reda­ção (ou haviam passado por ela) nomes de expressão como Lu­ciano Lepera, Julio Chiavenato, Marcial Fernandes, Afonso Dias, Jarbas Cunha, Antonio Claret e Ettore Gianconi, entre outros.

A melhor fase do ‘O Diário’ ocorreu em meados dos anos 70. No início de 1974, o processo de modernização da redação do jornal ‘O Diário’ ganha um gran­de impulso com a montagem de uma oficina de clichês e a chega­da de dois jornalistas de destaque da imprensa brasileira – José Ha­milton Ribeiro e Sérgio de Souza. No final da década de 70, a tira­gem dominical ultrapassava com frequência os 10.000 exemplares.

Nos anos seguintes, a redação cresce com a chegada de jovens que sob o comando de Zé Ha­milton e Sérgio de Souza formam uma das melhores gerações de jornalistas da cidade, como João Garcia, Rosana Zaidan, Sidney Quartier, Luiz Augusto Michela­zzo e Victor Cervi, entre outros.

Em 1985, após 30 anos sob o comando da família Romano, o jornal ‘O Diário’ muda de dono.
O então deputado Marcelino Romano Machado vende o ‘O Diário’ para o jornalista Jubayr Ubiratan Bispo.
Na segunda me­tade dos anos 80 o jornal ainda tem uma boa fase, com o lança­mento de suplementos como ‘O Diário Automóvel’ e ‘O Diário Caminhão’. Mas já a partir da década de 90 as dificuldades fi­nanceiras afetaram drasticamen­te a qualidade do matutino. Nos últimos anos, ações trabalhistas movidas por ex-funcionários le­varam à penhora da impressora e, mais recentemente, das contas do jornal em duas instituições financeiras. E a morte de Jubayr Ubirantan Bispo, no último mês de abril, parece ter sido o inicio do fim de uma das mais dura­douras trajetórias de um jornal em Ribeirão Preto.

O jornal por mais de quatro séculos fez parte e ajudou no desenvolvimento dasociedade humana, como meio de comunicação, o jornal foi um importante transmissor de informações sendo indispensável para aqueles que queriam se manter atualizados das principais noticias locais, nacionais e mundiais, a partir da década de 90 começa a virar um meio de uma elite culta em contraposição a surgimentos de jornais mais populares e baratos.

A internet com sua permissão à interatividade acelerou ainda mais este desejodas pessoas de montarem seu próprio conteúdo, se antigamente os publicitáriosarrancavam os cabelos com o controle remoto, na medida em que os telespectadoresmudavam de canal na hora dos comerciais, mesmo sendo a possibilidade deleencontrarem outros comerciais na estação que ele parasse, hoje o telespectador simplesmente monta seu conteúdo, excluindo obviamente as propagandas que sempre são vista como indesejadas. Aqui, fala-se, sobre a capacidade de personalização nuncavista antes, proporcionada pela internet.

As informações tendem a se tornarem cada vez mais específicas e com a ajudadas novas tecnologias, tende a chegar cada vez mais perto de seu público-alvo.

Com informações parciais de Tribuna Ribeirão