A pandemia do novo coronavírus levou diversas cidades a adotarem medidas de distanciamento social e o impacto econômico foi imediato. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que, este ano, a economia brasileira encolha 9%.
A consequência foi o aumento do desemprego. Somente nos cinco primeiros meses do ano o país perdeu 1.144.875 vagas de trabalho. O recorde histórico negativo foi divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O secretário do Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, destacou a relação do emprego com o cenário econômico nos meses afetados pela pandemia – março, abril e maio.
O levantamento de maio mostra que, no mês passado, o Brasil fechou 331 mil postos de trabalho. Em abril, o número tinha sido bem maior, com 902 mil vagas fechadas.
O secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, avaliou que essa melhora pode indicar uma retomada econômica.
Uma das medidas do governo para tentar manter os empregos durante a crise provocada pela pandemia é o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm).
Entre as medidas, o programa prevê acordos entre empresários e empregados para, até o fim do ano, suspender o trabalho por até dois meses, ou reduzir a jornada e o salário em até 70%, por três meses. Quando voltar, o trabalhador terá estabilidade pelo mesmo período em que vigorou o acordo.
A expectativa era de que, após esses dois ou três meses, já seria possível voltar normalmente ao trabalho, mas isso não ocorreu.
Muitas cidades ainda não têm previsão para liberar todas as atividades econômicas.
O benefício foi instituído por uma medida provisória, que já foi aprovada, com modificações, no Congresso Nacional. Agora, diferentes setores do governo analisam essas mudanças, para que o presidente Jair Bolsonaro possa sancionar e transformar o texto em lei.
E o secretário especial Bruno Bianco explicou que o governo já prepara um decreto para prorrogar a vigência desses acordos para manter os empregos.
Quase 12 milhões de empresas aderiram ao benefício para manutenção de empregos.
Os empresários que quiserem prorrogar as medidas de suspensão ou redução de trabalho e pagamento vão precisar firmar novos acordos com os funcionários.
O levantamento feito pelo Caged indica, ainda, redução de salário. Em média, uma pessoa que começou a trabalhar em maio recebeu R$ 1.731. O valor é 4,35% abaixo, ou R$ 78 menor, que a remuneração média de abril. O salário de maio foi também o menor deste ano.