Um motorista de São Carlos pega uma idosa com dificuldade de locomoção e a ajuda a descer do ônibus. A cena chamou a atenção de todos que estavam no coletivo. Uma das passageiras gravou a ação com o celular sem o motorista ver e postou nas redes sociais.
O motorista que aparece na imagem é Wilton da Dores, de 32 anos, 11 deles dedicados à profissão de dirigir. Há 2 anos e meio trabalhando na empresa Athenas Paulista, responsável pelo transporte público na cidade, Wilton contou que tem uma enorme preocupação com o próximo e que não é a primeira vez que ajuda passageiros com dificuldade de locomoção a entrar ou descer do ônibus.
Moradora no bairro Cidade Aracy 2, a atendente Fabiana Pereira, de 30 anos, era uma das passageiras que estavam no ônibus da linha 23, que faz o trajeto Antenor Garcia até a USP 2. Ela, que levava o filho de 5 anos para a creche para depois ir ao trabalho, disse que se surpreendeu com a atitude do motorista.
“Quando vi que ele ia pegar a senhora e ajudá-la a descer, peguei o celular discretamente e comecei a gravar. Ele fez tudo isso sorrindo, foi incrível. Nos dias de hoje é espantoso o cuidado que ele teve com aquela senhora”,
relatou Fabiana.
Ela disse que resolveu postar o vídeo porque a cena foi surpreendente. Disse ainda que achou o motorista muito educado. “Era troca de turno quando ele assumiu a direção. Entrou no ônibus e deu bom dia a todos, sorrindo, isso me chamou a atenção. Achei muito nobre o cuidado dele com aquela senhora, coisa rara de se ver hoje em dia. As pessoas andam tão individualistas”, afirmou a atendente.
Troca de turno
No dia em que o vídeo foi gravado, Wilton tinha ido trabalhar cedo. Quando a empresa precisa, ele ajuda a preparar o almoço para os demais motoristas, uma forma de ganhar um extra para complementar a renda mensal.
Geralmente, ele conduz os ônibus das 14h às 22h. Disse que gosta muito do que faz e que procura sempre manter o bom humor.
“É lógico que nem todos os dias estamos dando risada, mas as pessoas não têm que pagar por isso. A partir do momento em que estou no volante é para levar a pessoa com segurança, não importa se é deficiente ou não. Se a ferramenta de trabalho, no caso o ônibus, não tiver acessibilidade, não é isso que vai dificultar a entrada ou saída, estamos ali para ajudar”, disse.