No centro-sul do Brasil é a estação de transição entre o inverno seco e frio e o verão quente e úmido.
Ao longo dos próximos três meses será comum alguns períodos secos característicos do Inverno, e alguns períodos muito úmidos, característicos do Verão. Já o frio não acontece mais com frequência.
A temperatura entra em gradativa elevação, as massas polares são fracas e a ocorrência de geada já é pouco provável, mesmo nas áreas altas da Região Sul.
Nos estados do Sudeste e do Centro-Oeste as chuvas deixam de ocorrer exclusivamente com a passagem de frentes frias, como é comum no Inverno, e voltam as pancadas que são resultado do tempo abafado.
Elas são rápidas, ocorrem sempre à tarde ou à noite, e são bem volumosas. Nas grandes cidades elas causam muitos transtornos, mas são necessárias para a elevação do nível das represas (que cai bastante durante a estiagem de Inverno) e para a melhora da qualidade do ar.
Nas regiões Norte e Nordeste a maior mudança durante a Primavera é o aumento gradual da umidade no Acre, em Rondônia, no sul do Amazonas e do Pará, no Tocantins, no oeste da Bahia e no sul do Maranhão e do Piauí.
As frentes frias chegam com uma certa frequência até a Bahia, mas de Sergipe ao Rio Grande do Norte a época é de diminuição dos volumes de chuva. No sertão e no agreste a seca persiste por mais alguns meses.
Mas o que esperar para a Primavera de 2020?
Desde o começo deste mês de setembro estamos sob a influência da La Niña, o resfriamento anormal das águas do Pacífico equatorial.
Ela costuma favorecer mais chuva do que o normal na região Nordeste, e normalmente o Sul fica mais seco.
Nos próximos três meses a previsão é de chuva abaixo da média na maior parte da Região Sul.
As frentes frias até passam com boa frequência, mas as chuvas não são persistentes. A condição não é ruim para a agricultura, como foi no ano passado, pois não há previsão de longos períodos de estiagem, mas as culturas que precisam de muita água podem se ressentir um pouco. Apenas no vale do Itajaí e no leste e norte do Paraná a previsão é de chuvas normais para essa época do ano. Em todas as áreas há risco de temporais, com ventania, raios e granizo, típicos da estação, mas este ano as tempestades são potencializadas pela temperatura mais alta que o normal.
No Sudeste a estação começa seca, mas a chuva vai aumentando gradativamente e, a partir da segunda quinzena de outubro, todas as áreas da Região já podem receber as pancadas típicas da Primavera.
É o início do período úmido, que em 2020 não deve apresentar nenhum atraso. Assim como no Sul, as chuvas de outubro podem ser fortes, acompanhadas de granizo, raios e rajadas de vento, com potencial para prejuízos materiais.
As frentes frias devem ser efetivas no mês de novembro em Minas Gerais e no Espírito Santo, apresentando alguma persistência e umedecendo rapidamente o solo para as práticas agrícolas. De uma forma geral, a maior parte da Região apresenta chuva e temperatura acima da média ao longo da estação.
Mas o calorão muito intenso observado em setembro só se prolonga até o meio de outubro. Depois, as nuvens e a chuva impedem a disparada dos termômetros.
No Centro-Oeste a umidade vai aumentando devagar ao longo do mês de outubro. Na primeira metade do mês a previsão ainda é de temperatura bem elevada, umidade baixa, muitas queimadas e qualidade do ar prejudicada. Na segunda quinzena a umidade vinda da Amazônia traz alívio, da secura e do calor.
Começa a temporada de chuvas, com risco de fortes temporais já desde o início. Novembro tende a ser particularmente molhado, com uma frente fria bem organizada sobre o continente, que cobre de nuvens e chuva por vários dias seguidos os estados de Goiás e de Mato Grosso, além do Distrito Federal.
A previsão é de que a estação termine com chuva acima da média em quase todas as áreas, com exceção de Mato Grosso do Sul, que pode ter períodos de estiagem em dezembro. Para a agricultura, esse é o ponto de atenção.
No Nordeste a Primavera ainda é época de tempo seco e assim será na maior parte das áreas. Apenas no sul e no leste da Bahia as instabilidades podem ser mais regulares, e ocorrem pancadas de chuva. O calor é intenso, especialmente nas áreas de agreste e sertão, onde a umidade do ar fica muito baixa nas horas mais quentes do dia. As queimadas ocorrem com muita frequência.
No Norte o Tocantins segue o regime de chuva do interior do Nordeste e só aos poucos a umidade vai aumentando. Por lá e também no leste e no sudeste do Pará, a chuva mais frequente só vai acontecer em dezembro. Nas outras áreas as pancadas voltam na segunda quinzena de outubro, e ficam cada vez mais regulares. As queimadas voltam a diminuir, e o nível dos rios volta a subir devagar.
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