A presidente do Fundo Social de Solidariedade de Ribeirão Preto de Ribeirão Preto, Samanta Pineda, participou nesta quinta-feira, 18 de maio, de reunião que visa a formatação do projeto piloto do Catasonho, programa que tem como objetivo transformar catadores de resíduos em agentes ambientais, capacitados para orientar a população de Ribeirão Preto e ajudar a melhorar a destinação final dos resíduos sólidos da cidade.
Também participaram da reunião, Camila Santana, esposa do vice-prefeito, Carlos Cesar Barbosa, a professora Perla Calil Pongeluppe Wadhy Rebehy, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da FEA-USP Ribeirão Preto, André Almeida Morais, da coordenadoria de projetos da prefeitura, e Marco Antonio Tibério, diretor administrativo do Daerp.
O encontro definiu questões importantes como, a definição do funcionamento do projeto piloto Catasonho na sede do antigo DER, na avenida Barão do Bananal, que no futuro, irá transformar o local em usinas de reciclagem, que servirão como referência para a Região Metropolitana de Ribeirão Preto. O terreno foi doado à prefeitura para esse fim.
Samanta Pineda explica que a intenção é dominar o desenvolvimento da metodologia do projeto, criado pela FEA-USP de Ribeirão Preto e implantá-lo em toda a cidade.
“Ao conhecer o projeto e constatar o déficit de coleta de material reciclável, resolvemos juntar o útil ao agradável. A educação ambiental, a separação desses resíduos com a inclusão social desses catadores que existem na informalidade”.
A presidente do Fundo de Solidariedade disse ainda que esses catadores terão renda, serão organizados com carrinhos diferenciados, uniforme e trabalharão com rota pré-definida, com o suporte da Coordenadoria de Limpeza Urbana. “Eles farão parte de uma cooperativa onde a renda da coleta desse material será revertida para eles mesmos”, comemora Samanta Pineda.
Quem viveu essa realidade comemora. A funcionária pública Kelly Cristina da Silva foi catadora de reciclados na infância, disse que sofreu muito e hoje vive a realização de um sonho. “Eu era vista como lixeira, parecia que eu era um bicho. Em vez de desanimar, me deu força , me incentivou. E mostrei para minhas amigas da escola que eu seria alguém na vida. Eu terminei meus estudos, entrei na antiga Guarda Mirim e hoje sou gestora ambiental, Guarda Municipal da Patrulha Ambiental e faço tudo pelo meio ambiente. O reconhecimento dessa classe era tudo que eu esperava. Eu estou vivendo um sonho no Catasonho”, desabafou emocionada.
Catasonho – União de forças
O Projeto Catasonho, nome criado a partir da junção do projeto original – o PIER – Ponto Integrado de Entrega de Resíduos, desenvolvido pela FEA-USP de Ribeirão Preto, nasceu da ideia de transformação em programa de política pública de inclusão de catadores de resíduos.
A professora Perla Calil Pongeluppe Wadhy Rebehy da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da FEA-USP, explica que havia uma experiência com catadores do Programa Mãos Dadas desde 2012 e agora efetivada a parceria com a administração Duarte Nogueira, passará por adaptações. “Eu apresentei esse projeto para a última administração, mas não houve interesse. Num certo momento, na transição de governo a Samanta e a Camila foram visitar o Projeto Mãos Dadas, eu estava lá, elas conheceram o projeto e a gente resolveu unir as forças”.
O Projeto-Piloto Catasonho é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Daerp, Faculdade de Administração e Economia da Usp de Ribeirão Preto, por meio do Fundo Social de Solidariedade.