Museus Histórico e do Café único no Brasil

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O Museu Histórico Plínio Travassos dos Santos e o Museu do Café Cel. Francisco Schmidt estão localizados na área antiga Fazenda Monte Alegre de Ribeirão Preto.

Localizado no campus da USP, uma região deliciosamente arborizada, o Museu reúne obras como imagens, objetos e vestimentas que contam a história do café no Brasil e em Ribeirão Preto, cidade que teve grande participação na história do grão.

O primeiro proprietário desta área foi o cafeicultor mineiro Cel. João Franco de Moraes Octávio.

Em 1890, o então colono alemão Francisco Schmidt comprou esta fazenda empreendendo uma série de reformas no local, para atender a grande demanda da produção cafeeira.

Na década de 30, o Estado a desapropriou e parte da área foi cedida ao município para implantação dos museus.

O acervo do Museu Histórico foi constituído baseado nas coleções dos museus de história natural, da história oficial, coleções etnográficas, dos artefatos da cultura popular e fotografias.

O acervo do Museu do Café é representativo da história econômica do café, quando os núcleos rurais substituíram a mão-de-obra escrava pelo imigrante europeu.

Em destaque o museu apresenta um pouco do sofrimento dos escravos que ali trabalhavam, unido objetos da labuta diária, bem como equipamentos de tortura.

A coleção não gira apenas em torno do café e sim de uma época.

Animais empalhados: onça jaguatirica, tamanduá, leões impressionam e assustam os desavisados.

Ferros oxidados de suportes de mesas, máquinas mecânicas, elétricas, luminárias, instrumentos de trabalho agrícola, madeira de móveis do século XIX, tintas, tecidos de uniformes oficiais e roupas de cidadãos comuns, artefatos indígenas, couro das botas de soldados da Revolução de 32, alem de armas de fogo e espadas, esculturas em gesso e tantos outros fragmentos.

Um pouco da historia contada através de moveis separados da antiga CIA Mogiana, ou moedas e cédulas de nossa historia, pedras preciosas e outras nem tanto mas que possibilitam que crianças conheçam de fato o que estudam em livros.

Pouco divulgado e visitado.

Estes espaços escuros e amaldiçoados foram receptores de objetos do acervo, quebrados, feios, sem sentido ou significado, durante 50 anos.

Os fortes cheiros nos lembram que não há lugar para o desprezo, para o descaso, para a ignorância.  Nos alertam que a memória, mesmo que fragmentada, dá lugar para o imaginário e para a classificação deste objetos.

Com um mínimo de imaginação ao andar pelos casarões ou em seus arredores, podemos imaginar milhares de pessoas que ali trabalharam, o sofrimento dos escravos.

A imponência das construções mostram claramente a riquezas que aquele local gerou para a região e para o Brasil, mas o contraste da atual situação degradante, com algo que poderia ser um cartão postal.

Mesmo assim vale uma visita, nos domingos pela manha acontece o café com chorinho, onde ocorre apresentação de músicos e é servido um café para aqueles que ali desfrutam de momentos que nos transportam para séculos passados.

Ou então um final de tarde, o local bem arborizado é uma boa opção para fugir do costumeiro calor da cidade.

Informações:

O Museu do Café fica na Avenida do Café, no campus da USP, s/n. Horários para visitas: de terça a sexta-feira, das 9 horas às 16h30 e sábados das 12h30 às 16h30. Informações pelo telefone (16) 3633-1986. A entrada é franca.

( importante ligar antes e verificar se esta funcionando)