Trump anuncia indicação de ultraconservadora para Suprema Corte dos EUA

A nomeação é vista como uma vitória para cristãos conservadores, uma vez que suas posições estão em consonância com esses grupos em temas como aborto, acesso a armas e imigração.

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O presidente Donald Trump indicou neste sábado (26) a juíza ultraconservadora Amy Coney Barrett para a Suprema Corte dos EUA, consolidando um dos movimentos mais importantes da corrida à Casa Branca.

Juíza da corte de apelações de Chicago, Barrett precisa agora ser aprovada pelo Senado americano, o que deve acontecer sem grandes dificuldades, uma vez que a Casa tem maioria republicana.

Formada pela Universidade Notre Dame, a magistrada ganhou proeminência nacional por ter trabalhado como assistente de Antonin Scalia, juiz conservador da Suprema Corte que morreu em fevereiro de 2016, a 269 dias da eleição que escolheria o sucessor de Barack Obama.

Descrita como uma magistrada que interpreta a lei estritamente com base nas palavras com as quais elas foram escritas, ela evita entender o propósito legislativo e é pouco aberta a interpretações das regras.

A nomeação é vista como uma vitória para cristãos conservadores, uma vez que suas posições estão em consonância com esses grupos em temas como aborto, acesso a armas e imigração.

Caso a indicação seja confirmada, Barrett, aos 48 anos, será a mais jovem integrante da atual composição da corte e a quinta mulher a fazer parte do tribunal. Católica, ela é mãe de sete filhos, de idades entre 8 e 19 anos, incluindo dois adotados do Haiti e uma criança com síndrome de Down.

Barrett foi indicada para substituir a juíza progressista Ruth Bader Ginsburg, que morreu no dia 18 em decorrência de um câncer, abrindo uma batalha política entre democratas e republicanos por sua cadeira.

O presidente escolheu um nome alinhado a suas posições conservadoras como um aceno à sua base, bastante sensível à composição do tribunal. O gesto também ajuda a desviar parte da atenção pública sobre sua má condução da pandemia e – o mais importante para Trump – pode impactar em uma possível judicialização das eleições de novembro.