O empresário catarinense Luciano Hang, dono da Havan, rede de 145 lojas de departamento espalhadas pelo país, vem travando uma batalha na Justiça para tentar reabrir 16 estabelecimentos que permanecem fechados por causa da pandemia do novo coronavírus.
Bolsonarista ferrenho, Hang não poupa críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB):
“É o estado mais comunista do Brasil”, afirmou a VEJA.
Das 16 lojas que permanecem fechadas, 11 estão localizadas no interior paulista.
Uma delas, na cidade de Marília, foi lacrada no início da semana por ordem da Justiça, depois que a empresa insistiu em continuar com as portas abertas com a justificativa de que nada mais é que um hipermercado, ou seja, atua em uma atividade essencial.
Após o início da pandemia, as maiores lojas da Havan incluíram itens como arroz, feijão e óleo de cozinha, em meio a utilidades domésticas e eletrodomésticos, que são o forte da varejista.
Na decisão de um juiz de Marília, porém, a inclusão de itens de cesta básica nas prateleiras da Havan não passa de um artifício da empresa para burlar as regras de quarentena, que proíbem a abertura de estabelecimentos não essenciais.
“Pretender sustentar em juízo que a Havan é supermercado, com todas as vênias, é atentar contra a realidade dos fatos e basta uma simples consulta ao sítio eletrônico da empresa impetrante”, escreveu o magistrado Walmir Idalêncio dos Santos Cruz.
Hang rechaça a decisão:
“Sou eu que estou tento meu direito afrontado! Eu vendo o que eu quiser dentro das minhas lojas, de acordo com que o registro da minha empresa permite. Eu estaria fazendo sacanagem se tivesse mudado meu contrato social no meio da pandemia, mas sou cadastrado como hipermercado há mais de 30 anos. Se um hipermercado, como o Carrefour, pode vender alimentos, televisão, roupa etc etc, por que não posso vender isso tudo e também alimentos?”, indagou o empresário.