O Secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, participou, nesta segunda-feira, 12 de junho de Audiência Pública, na Câmara Municipal para explicar o projeto de implantação do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) nas instalações da UBDS Central( Unidade Básica e Distrital de Saúde).
Participaram da audiência cerca de 150 pessoas. Estavam presentes, além do propositor da reunião, vereador Alessandro Maraca, os vereadores Orlando Pesoti, Jorge Parada, Bertinho Scandiuzzi, Luciano Mega, Renato Zucoloto, Boni, Adauto Marmita, Fabiano Guimarães e Marcos Papa, funcionários da UBDS e representantes do Sindicato dos Servidores Municipais.
Participaram também o médico, ex-presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e ex-vereador Isac Jorge Filho, Marcos Felipe de Sá, ex-superintendente do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, Benedito Maciel, atual superintendente do Hospital das Clínicas e Rui Ferriani, vice-presidente da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
O secretário abriu a audiência, que durou cerca de 20 minutos, dizendo que toda proposta tem prós e contras e que precisam ser analisados os dois lados para ver o que é melhor para a população como um todo.
“É lógico que eu queria construir um prédio novo, seria a perfeição, com área área cinco vezes maior do que nós dispomos hoje, mas a minha preocupação é com a população, porque a gente vai demorar um tempo significativo, do meu ponto de vista e do ponto de vista dos técnicos da secretaria que estudaram o assunto, para uma construção nova. A gente teria um grande avanço para a população se conseguisse resolver, em seis meses, a construção de um equipamento desse para o município”.
Em seguida, o secretário apresentou dados que mostram que o sistema de saúde de Ribeirão Preto tem uma falha muito grande na parte secundária, nas especialidades médicas que precisam de atenção. Mostrou o resultado, estatísticas de filas de espera para consultas e atendimento em especialidades médicas que chegam, em alguns casos a quase 3 anos, e explicou os benefícios que a implantação do AME nas dependências da UBDS Central trará à população da cidade, como a realização de consultas com especialistas, pequenas cirurgias e exames diagnósticos, criando uma rede de referência com alta resolutividade, com modernos equipamentos que oferecem consultas, exames e em alguns casos cirurgias em um mesmo local, proporcionando maior rapidez aos diagnósticos e tratamento dos pacientes.
Sandro Scarpelini apontou ainda que a estrutura do AME atenderá 25 especialidades médicas. A estimativa é fazer oito mil consultas médicas e três mil consultas não médicas (dentistas, atendimento em enfermagem, entre outros) por mês, 200 cirurgias ambulatoriais mensais e realizar mais de 22 mil exames por mês.
“Não dá para esperar três a quatro anos para construir um AME, a necessidade da população por atendimento digno em saúde é agora. Será a injeção de R$ 20 milhões do Estado no nosso sistema de saúde pública de Ribeirão durante o ano, uma média de R$ 1,6 milhão por mês que seriam bancados pelo Estado para fazer todo esse atendimento. Como aconteceu em 2009 com a Mater. Hoje é totalmente custeada pelo governo estadual. Sem contar com a geração de cerca de 300 empregos para a cidade.”
O superintendente do Hospital das Clínicas, Benedito Maciel disse que a implantação do AME é importante.
“Nós que temos uma interação constante com a DRS, temos muito presente o que são essas filas mostradas pelo Dr. Sandro. Na saúde pública, os diferentes componentes que fazem parte dessa estrutura são intercomunicados. A atenção básica que se comunica com a atenção secundária, com a atenção terceária e com a urgência e emergência”, disse
Para o superintendente do HC, o modelo está saturado.
“Existem vários fatores que contribuem para que haja essa saturação. E um deles certamente está relacionado ao longo da historia. Os casos que chegam hoje na urgência, que chegam nos hospitais e são atendidos pelo SUS em Ribeirão Preto, são muito mais complexos que em qualquer momento da história. E muitos chegam sem o diagnóstico certo. Eu acho que um AME, num tempo mais curto, traria um impacto muito grande nessa questão. Por isso que o Dr. Sandro insiste que haja uma solução mais rápida. Por isso, um AME seria um ganho muito importante para a população de Ribeirão Preto”.
Para o vice-diretor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Rui Ferriani, é importante a implantação imediata do AME, justificando a carência de saúde pública que Ribeirão Preto vive. “Isso que foi explicado aqui é o sistema hierarquizado de saúde e o AME entra nesse espaço que o NGA está fazendo falta. Não é que o NGA não funcione bem. Mas o NGA sofre, O HC sofre e as unidades de saúde sofrem. Por isso acho absolutamente fundamental”, comentou o médico.
Ele disse ainda disse que esse investimento será dinheiro novo para a cidade.
“É importante que os vereadores vejam isso, como foi a Mater, como foi o Hospital Estadual. Portanto, melhorando a gestão, certamente vai propiciar uma maior quantidade de atendimento. A gente pode atestar essa capacidade do Dr. Sandro de conhecer esse sistema de fluxo e contrafluxo. É isso que eu acho que vai beneficiar a nossa população”.