O secretário de Desenvolvimento Regional Marco Vinholi fez um balanço da situação de combate à Covid-19 no interior de SP e anunciou a montagem de novos leitos de UTI nas regiões que estão com ocupação hospitalar elevada.
As regiões de Ribeirão Preto, Piracicaba, Franca e Campinas estão nesta categoria. “Para elas serão encaminhados 179 respiradores ao longo desta semana”, informou Vinholi.
Nos últimos 15 dias houve avanço na fiscalização e no apoio aos municípios sobre a medida preventiva da utilização de máscaras.
“Temos 28 regiões de vigilância sanitária no território paulista e todas elas tiveram fiscalização”, informou.
O trabalho realizado pelos profissionais da vigilância estadual somado ao trabalho das vigilâncias municipais apresentou resultado superior a 97% da utilização de máscaras nos últimos 15 dias.
Segundo Vinholi, a interiorização da pandemia segue avançando e o número de casos de Covid-19 no interior deve ultrapassar nos próximos dias, pela primeira vez, a capital.
Exame diagnóstico
O Estado de São Paulo já realizou mais de 1,1 milhão de exames para diagnóstico do novo coronavírus.
O balanço foi apresentado na entrevista de hoje, com o lançamento do Placar de Testes do Governo de SP.
O levantamento totaliza 1.158.851 testes realizados até 30 de junho e mostra um aumento de 514% no volume de testagem, desde abril, com crescimento mensal e gradativo.
Em março, foram 26 mil; em abril, quadruplicou, chegando a 108 mil; em maio chegou a 361 mil, mais que o triplo em comparação ao mês anterior; por fim, em junho, novamente foi dobrada a capacidade, chegando a 663 mil testes no mês passado.
Em julho, na primeira semana epidemiológica (entre os dias 5 e 11), foram 128 mil testes. Os números são resultados das iniciativas de ampliação da testagem na rede pública de saúde e do monitoramento da rede privada, congregando informações.
“Em dois meses, aumentamos a capacidade de testagem em mais de 500%. O balanço de julho nos aproxima de 45 a 50 testes a cada 100 mil habitantes e isto nos coloca no patamar de referência da Alemanha, mas com adaptações e ferramentas para a nossa realidade. Nossa meta é que São Paulo seja referência no Brasil e no mundo”, disse a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.
“Em parceria com a iniciativa privada e os municípios, colocamos como meta cinco testes para dez mil habitantes por dia, ou 50 testes para cem mil habitantes por dia no mês de julho. Em de agosto, serão sete testes por 10 mil habitantes, ou 70 testes por cem mil habitantes. Isso facilitará às prefeituras utilizarem estes parâmetros estabelecidos pelo Governo para atingirmos a meta dos 30 mil testes por dia no mês de agosto”, disse Vinholi.
O balanço apresenta ainda a proporção dos tipos de testes utilizados. Em março, havia apenas diagnóstico por RT-PCR (transcriptase polimerase).
A partir de abril, os testes rápidos passam a ser utilizados com maior ênfase, respondendo por 17% do total de exames naquele mês. Em maio, o percentual saltou para 33% e, em junho, chegou a 34%. No início de julho, a proporção é de 43%.
Diariamente, o Governo de SP já divulga, nas coletivas, a proporção dos tipos de testes entre o total de casos confirmados. Dos 402.048 diagnósticos positivos de COVID-19 em SP, 281.512 foram do tipo PCR, 113.618 testes rápidos e 6.907 por outros métodos. Considerando apenas os casos confirmados desde ontem (8.872), foram 5.287 de PCR, 3.244 rápidos e 341 por outros métodos.
“O teste é uma ferramenta fundamental para enfrentarmos a pandemia. Por meio dele, conseguimos identificar a pessoa infectada e auxiliar nas ações de vigilância, incluindo a indicação da quarentena para a pessoa infectada e seus contactantes. Assim, não apenas reduzimos a propagação do coronavírus, como também reunimos elementos contribuem para a definição das medidas de retomada gradual das atividades de forma consciente e segura, sempre com o foco de salvar vidas”, disse o Secretário Executivo de Estado da Saúde, Eduardo Ribeiro Adriano.
No Estado de São Paulo, o enfrentamento da pandemia é multifatorial, aliando estratégias de monitoramento da capacidade hospitalar, da evolução da pandemia quanto aos casos, óbitos e internações, além do fortalecimento da testagem e monitoramento de contatos.
A testagem em massa é um dos mecanismos mais importantes para reduzir a velocidade de contágio do coronavírus.
Assim que o paciente é diagnosticado como caso positivo, ele é isolado e também há monitoramento das pessoas com quem teve contato, permitindo a checagem de novos casos suspeitos com o surgimento de sintomas como tosse seca, febre e falta de ar.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, que coordena a Plataforma de Diagnóstico de Coronavírus em SP, enfatizou o diferencial da testagem no Estado de São Paulo:
“Não é a mesma estratégia da Coreia, da Itália e dos Estados Unidos. É uma estratégia que estamos desenvolvendo aqui no nosso país, onde temos favelas, aldeias indígenas, quilombolas, onde precisamos estar presente com o nosso sistema de saúde. Sob a liderança do nosso Governador, temos feito isso de forma exemplar, dia a dia. Estamos trabalhando incansavelmente na saúde. Vamos aumentar, melhorar a capacidade de aplicação de testes. que fazem parte de uma estratégia muito maior de combate à epidemia”, disse Covas.
Os exames do tipo RT-PCR ( Transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase) servem para confirmar se a pessoa está infectada, sendo indicado até o sétimo dia de sintomas gripais). Já os testes rápidos permitem identificar se o paciente já foi contaminado no passado e passou a possuir anticorpos contra o coronavírus, com recomendação de uso após o oitavo dia de sintoma ou para pessoas assintomáticas.
O Placar de Testes do Governo de SP será publicado e atualizado periodicamente na página oficial do SIMI-SP: https://www.saopaulo.sp.gov.br/planosp/simi/