Pânico com pandemia levou 2 mil vidas acima da media em Ribeirão Preto

Período de março de 2020 a fevereiro de 2021 registrou um crescimento de 52,3% nos óbitos e mais de 2 mil mortes em relação à média histórica do município.

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Com a crise de saúde pública instalada em razão da COVID-19, rede hospitalar à beira do colapso, aumento no número de mortes em domicílios em razão da falta de leitos para casos não relacionados ao Covid ou do medo da ida aos hospitais, reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas, o município de Ribeirão Preto completou o “ano da pandemia” com um total de quase 6 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica “Estatísticas do Registro Civil” em 2003.

Os dados do “ano da pandemia” constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

O número de óbitos registrados nos Cartórios de Ribeirão Preto no “ano da pandemia”, considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021, totalizou 5.835 mortes, 2.006 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003.

Em termos percentuais, significa um crescimento de 52,3% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 2,2%, totalizando 50,1 pontos percentuais a mais no período. Já na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 29,2% no número de falecimentos.

Já o estado de São Paulo fechou o “ano da pandemia” com um total de quase 370 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica.

foto arquivo

O período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 368.533 mortes, 99.071 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 36,7% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,5%, totalizando 35,2 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 19,5% no número de falecimentos.

Fevereiro recordista

O agravamento da pandemia no último mês fez de fevereiro de 2021 o mês mais mortal de sua própria série histórica em Ribeirão Preto, com um total de 467 óbitos registrados pelos cartórios do município, 166 óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 35,5% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 32,6 pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 29,7%.


O número de óbitos registrados nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.


Sobre a Arpen-SP

Fundada em fevereiro de 1994, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) representa os 836 Cartórios de Registro Civil do Estado de São Paulo, que atendem a população em todos os 645 municípios do Estado, além de estarem presentes em outros 169 distritos e subdistritos, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, casamento e óbito.

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