O grupo Geração Mãe, rede de apoio mútuo na internet, de colaboração e troca de experiências entre mães de todo o país, promoverá entre 11 e 16 de julho a 1ª Semana do Nascimento Saudável. A ideia, segundo a ginecologista e obstetra Flávia Maciel de Aguiar F. Mendonça, idealizadora do projeto, é conscientizar pais e profissionais de saúde sobre a humanização do parto e do nascimento para que todos se juntem contra a prática rotineira do uso de berçários nas maternidades do Brasil, sempre que possível. O tema desta primeira campanha é “Na Maternidade, diga não ao berçário sem necessidade”.
Respeitando a história do Geração Mãe, que nasceu na internet há 5 anos, esse evento também será voltado para o ambiente on-line, com ações diárias envolvendo milhares de participantes dos grupos no Facebook e leitoras do site Geração Mãe. “Infelizmente, muitas maternidades no Brasil mantêm a prática de conduzir os bebês recém-nascidos saudáveis para os berçários, apesar das orientações do Ministério da Saúde para o respeito ao parto e ao nascimento. Há evidências científicas que respaldam a importância do contato imediato e contínuo entre a mãe e o bebê recém-nascido saudável logo após o nascimento”, explica Flávia.
A ação será realizada com a publicação de memes e textos informativos para mães e profissionais de saúde e com a promoção das hashtags #meubbfica, #naolevemeubb e #BBemaejuntos. O alojamento conjunto tem benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê, e as maternidades devem estar preparadas para oferecer essa benfeitoria aos seus usuários.
Vereadores de Ribeirão Preto aprovam Plano para Humanização de Assistência ao Parto
Apenas uma abstenção e uma falta. O restante dos 22 vereadores votaram, na sessão desta quinta-feira (30/6), a favor do Projeto de Lei que institui o Plano Municipal para a Humanização da Assistência ao Parto. O texto é de autoria do vereador Marcos Papa e tem o objetivo de garantir a toda gestante o direito de receber assistência humanizada no pré, parto e pós-parto na rede de saúde pública do município. A iniciativa é resultado de várias reuniões com mulheres socialmente organizadas, em relação às condições do parto em Ribeirão Preto. Também levou-se em consideração os números alarmantes de cirurgias cesarianas sem real necessidade. Entre os itens da PL estão garantir à gestante o direito de escolher procedimentos para maior conforto e bem-estar, optar sobre métodos de alívio da dor, posição de parto, local, uso de intervenções, equipe e escolha de um acompanhante durante todo o período. Para a elaboração do projeto, o autor da PL usou como base o trabalho da pesquisadora ribeirão-pretana Heloísa de Oliveira Salgado “A experiência da cesárea indesejada: perspectivas das mulheres sobre decisões e suas implicações no parto e nascimento”. Houve também consideração em relação aos dados do DATA/SUS, que apontam um índice médio de 44% de cesarianas no município, quando a Organização Mundial de Saúde preconiza como ideal de 10 a 15%. Tanto os dados como a pesquisa denotam uma relação muito estreita entre o grande número de cesáreas e os casos de mortalidade materna. O projeto de lei aprovado pela Câmara reforça a lei estadual 15759/2015, que trata sobre o parto humanizado na rede pública do Estado de São Paulo. Também vem ao encontro da recente resolução do Conselho Federal de Medicina, que autoriza o procedimento cirúrgico (cesariana) sem indicação apenas a partir de 39 semanas de gestação e também torna obrigatório o esclarecimento à gestante tanto sobre a cesariana quanto o parto normal. A sessão teve apoio de representantes do Coletivo das Doulas, profissionais que dão apoio físico-emocional à gestantes. A aprovação foi comemorada por todos.
Segundo informações do assessor Dario Schezzi, o Projeto de Lei aprovado pelos vereadores segue imediatamente para o executivo. Caso a prefeita Darcy Vera vete o Projeto, o mesmo volta ao legislativo para que o veto seja ou não derrubado. Vale lembrar que em julho de 2015, a Casa derrubou o veto da prefeita sobre outro projeto, desta vez, que previa multa a estabelecimentos que constrangessem mulheres que amamentam. Coincidência ou não, também um projeto da oposição, de autoria dos vereadores Marcos Papa e Mauricio Gasparini. Na ocasião, representantes do Geração Mãe estiveram na sessão com seus bebês para apoiar a causa. E saíram vitoriosas.