Coronavírus pode acabar com minha oportunidade de ser mãe

Mulheres sofrem com suspensão de tratamento de fertilidade. "Cada mês que eu espero, tenho menos chances de ter um filho"

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A pandemia do coronavírus parece ter congelado o tempo e a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo. Para algumas delas, contudo, o tempo é o que tinham de mais precioso.

“Cada mês que eu espero, tenho menos chances de ter um filho”, diz Giovana*, uma mulher de São Paulo que tenta engravidar há quatro anos e que, desde o ano passado, recorre a um processo de fertilização in vitro.

“Quando soube que a pandemia suspenderia meu processo de reprodução assistida, tive certeza que ali tinha acabado minha oportunidade de engravidar. Eu não estava morta por um coronavírus, mas de certa forma me mataram. Mataram meu sonho de ser mãe.”

A administradora Adriana Carlos, 37 anos, tenta engravidar há dois anos e meio. Como ela e o noivo não conseguiram de forma natural, no final do ano passado procuraram uma clínica, conta ela, que mora no interior de São Paulo. Descobriu que tinha baixa reserva ovariana, além de dois miomas, e decidiu começar um processo de fertilização in vitro no fim de janeiro. A tentativa, no entanto, não foi bem-sucedida, e ela iria tentar mais uma vez no mês seguinte.

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“O maior problema é que eu acabei de fazer 37 anos e já tenho reserva ovariana baixa. Não dá para saber se isso vai se manter até o final do ano ou não. Quanto mais o tempo passa, pior fica, vai ficando mais difícil. Pode ser que quando eu retome o tratamento, minha reserva ovariana esteja muito abaixo do que estava no começo do ano”, lamenta.