Emplasa conclui estudo sobre potencial socioeconômico da Região Metropolitana de Ribeirão Preto

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Estudo realizado entre setembro de 2018 e abril de 2019 pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), evidenciou 11 setores da economia da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP) com potencial para alavancar o desenvolvimento socioeconômico da região nos próximos anos ─ ampliando as possibilidades de geração e distribuição de renda com melhorias na qualidade de vida da população.

“Os dados levantados nesse projeto, a partir de fontes oficiais da região e sugestões da população ouvida em consulta pública, apontaram para a grande potencialidade das indústrias sucroalcooleira, metal-mecânica, de bebidas, de máquinas e equipamentos médico-hospitalares e odontológicos, química e biotecnologia, bem como dos serviços de saúde e educação, turismo e agropecuária, com a cana-de-açúcar, a soja e o amendoim”, revelou o diretor de Planejamento e Novos Negócios da Emplasa, Joaquim Lopes da Silva Júnior.

Esses resultados concluem a primeira etapa do Projeto Unidades de Informações Territorializadas (UITs) ─ que é expertise da Emplasa ─, desenvolvido na RMRP até abril último. Já a delimitação das UITs da RMRP será finalizada em outubro próximo. Segundo Joaquim, o estudo vai subsidiar a elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (PDUI-RMRP), que é exigência do Estatuto da Metrópole.

O Projeto UITs já é utilizado nos PDUIs das RMs de São Paulo, Sorocaba e Campinas e das Aglomerações Urbanas de Jundiaí e Piracicaba, bem como Planos Diretores e outros programas, projetos e ações voltados ao planejamento.

DIAGNÓSTICO DA RMRP

A equipe técnica da FESPSP, que realizou o trabalho de campo, destacou, entre as diversas atividades realizadas no período na região, a grande receptividade das oficinas técnicas, que atraíram representantes de setores da economia e de organizações diversas, bem como a consulta pública disponibilizada na internet entre 11/02 e 15/03, período em que os munícipes consultaram as informações e enviaram suas contribuições.

O estudo realçou, segundo os técnicos da FESPSP, a presença significativa do setor sucroalcooleiro na RMRP, com suas usinas de produção de álcool, açúcar e energia, e alto nível de inovação tecnológica, “o que confere posição de maior visibilidade na produção nacional”.

É importante salientar que o setor tem potencial de crescimento da produtividade graças ao uso de tecnologia, e não necessariamente pelo aumento da área de plantio de cana-de-açúcar. Também é amplamente reconhecido o know-how desenvolvido e acumulado na RMRP nas áreas da bioquímica e biotecnologia, por meio de suas usinas de biogás e biodiesel.

Do mesmo modo, a atividade do turismo está relacionada não apenas aos atrativos naturais, históricos e culturais da região, mas também aos negócios e eventos ligados à produção sucroalcooleira. É possível apostar numa experiência turística diversificada em circuitos intermunicipais ─ ou até mesmo associá-la à produção cervejeira e de cachaça, aumentando a atratividade para ambas atividades.

Há, ainda, atividades que apresentam mercados em expansão, a exemplo da indústria de alimentos, com ampla gama de produtos, com destaque para a pesca, inserida também, no turismo de esporte e lazer. Outro exemplo é a indústria de software e automação industrial, voltadas às empresas e indústrias locais. Todo o quadro de produção econômica faz com que a região tenha forte presença na pauta de exportações brasileira.

Nesse contexto, os estudos apontaram fatores que merecem reforço na agenda do desenvolvimento socioeconômico da RMRP, como os processos produtivos com base tecnológica e apoio de centros de pesquisa, a presença de parques tecnológicos e de Arranjos Produtivos Locais, a localização geográfica privilegiada, além de estrutura logística satisfatória e mão de obra qualificada formada regionalmente.