Lobby chinês vence mais uma: Ernesto Araújo pede demissão

Os senadores funcionários do PC chinês, vinham pressionando o ministro para apoiar a implantação do 5g da Huawei. Como não aceitou se vender, foi obrigado a pedir para sair

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Ernesto Araújo não é mais o ministro das Relações Exteriores. Ele pediu demissão e anunciou a saída do cargo em reunião nesta segunda-feira, 29, com secretários e auxiliares da pasta, informa O Globo. A saída de Araújo ainda não foi confirmada pelo Palácio do Planalto. O pedido de demissão será apresentado nesta tarde ao presidente Jair Bolsonaro.

Pressionado por lideranças do Centrão que exigiam sua demissão, Araújo havia cancelado todos os compromissos oficiais desta segunda-feira e convocado alguns dos auxiliares mais próximos para uma reunião.

No domingo 28, como noticiamos, Araújo revelou o breve diálogo que teve com a senadora Kátia Abreu (PP-TO) em um almoço no Itamaraty no início do mês. “Conversa cortês. Pouco ou nada falou de vacinas. No final, à mesa, disse: ‘Ministro, se o senhor fizer um gesto em relação ao 5G, será o rei do Senado’. Não fiz gesto algum”, escreveu o ministro no Twitter. “Desconsiderei a sugestão inclusive porque o tema 5G depende do Ministério das Comunicações e do próprio presidente da República, a quem compete a decisão última na matéria.”

Em resposta, a senadora não economizou críticas ao chanceler, a quem chamou de “marginal”. “O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal”, afirmou a parlamentar em nota divulgada à imprensa.

Na semana passada, em entrevista ao programa Opinião no Ar, da RedeTV!, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, disse que o incisivo pronunciamento do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), falando em “sinal amarelo” para o Executivo, foi praticamente um pedido para a substituição de Araújo. Segundo Barros, a atuação do chanceler à frente do Itamaraty no combate à pandemia de covid-19 é um grave problema que precisa ser enfrentado pelo presidente Jair Bolsonaro.

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