Apesar de repetirem esse número ao longo de toda e entrevista, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Romero Jucá (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) e Ricardo Barros (Saúde) reconheceram que ainda não sabem qual economia esses cortes gerarão.
“A meta física é a redução de 4 mil postos. A partir dessa meta física iremos quantificar”, disse Jucá, adiantando que a tesoura do governo se concentrará em “cargos de confiança, funções gratificadas e outros tipos de contratações”.
Questionado sobre o que significarão as demissões para os cofres públicos, Jucá alegou que existem diferentes tipos de servidores, cada qual com salários e contratos de trabalho distintos.
“Não sabemos ainda quanto o governo irá economizar com esses cortes”, reconheceu.
Segundo o novo ministro do Planejamento, novas mudanças estão previstas para os ministérios – Temer anunciou o fim de dez deles em seu primeiro discurso à frente do palácio do Planalto, na tarde desta quinta-feira.
“Vamos rever a estrutura organizacional dos ministérios. Alguns já foram encerrados ou recepcionados por outros ministérios”,
disse Jucá.
A maior parte dos projetos anunciados pelo núcleo duro do governo Temer não tem cronograma. “Tem foco no curto, médio e longo prazos”, afirmaram, já considerando um possível afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, que ainda será julgada pelo Senado nos próximos 180 dias.
Mulheres só em secretarias
Questionados sobre a ausência total de mulheres no grupo de ministros anunciado por Temer, os homens do presidente em exercício culparam a falta de indicações femininas por parte dos partidos, sem não dar razões objetivas para tal.
“Nós tentamos de várias formas, na parte que dizia respeito à disponibilidade, em várias funções, tentamos encontrar mulheres”, disse Eliseu Padilha. “Mas, por razões que não vêm ao caso, isto não foi possível”.
De acordo com a argumentação do ministro, mulheres terão espaço em ministérios extintos, hoje transformados em secretarias – e atualmente sob a tutela de pastas comandadas por homens.
“Nestas secretarias que tiveram status de ministérios e que vêm para os ministérios com os mesmos programas, nós vamos sim trazer mulheres para participar”,
explicou.
Ele usou como exemplo a chefia do gabinete do presidente da República, “uma função que é da maior importância“, que ficará com Nara de Deus.