Policiais de Tocantins detiveram ontem (1º) um homem que tinha acabado de sair de um banco com cerca de R$ 500 mil em uma mala. Prevendo que a quantia seria usada na prática de crimes eleitorais, a Polícia Civil encaminhou o suspeito à delegacia da Polícia Federal em Araguaína (TO), que instaurou inquérito para apurar o caso.
O homem detido é o advogado e empresário Luiz Olinto Rotoli Garcia de Oliveira, irmão do deputado estadual Olyntho Neto, candidato à reeleição pelo PSDB. O advogado estava na companhia de um policial militar que presta serviço à Assembleia Legislativa estadual. Os dois usavam um veículo oficial que, segundo a assessoria da assembleia, fica aos cuidados do deputado Olyntho Neto.
Ao ser notificada, a Justiça Eleitoral autorizou a Polícia Federal a instaurar inquérito para investigar a suspeita de crime eleitoral. O advogado e o policial militar prestaram depoimento e foram liberados ontem mesmo.
O teor do depoimento de Oliveira não foi divulgado. A Polícia Civil informou ter abordado Oliveira após receber uma denúncia de extorsão, que logo foi descartada. Os policiais que atenderam à ocorrência seguiram a dupla por alguns quarteirões antes de parar o carro em que o advogado e o policial viajavam e encontraram o dinheiro.
Outro lado
Em nota, a assessoria da Assembleia estadual explicou que o veículo usado pela dupla “destina-se a atender às necessidades administrativas deste Poder, bem como às atividades parlamentares, sendo de inteira responsabilidade dos seus condutores”. A assessoria também confirmou que o PM detido é um dos vários policiais militares cedidos pela corporação para garantir a segurança institucional da Assembleia e dos parlamentares.
Ainda de acordo com a assessoria, nenhuma medida administrativa foi adotada até o momento porque é esperada a manifestação do deputado estadual Olyntho Neto.
Compra de votos
Segundo a PF, com a intensificação da disputa pelo voto dos eleitores, a semana que antecede a realização do primeiro turno das eleições tende a registrar um aumento do número de denúncias envolvendo crimes eleitorais. Para atender às exigências do período, que considera “crítico”, a PF instalou, ontem (1), o Centro Integrado de Comando e Controle das Eleições 2018, que vai concentrar as informações de 15 instituições e órgãos públicos federais.
Ontem mesmo, a PF deflagrou uma operação para combater um suposto esquema de compra de votos. Quatro mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva foram cumpridos no âmbito da Operação Cheque Benefício, que apura um esquema de compra de votos em Roraima. De acordo com as investigações preliminares, os suspeitos prometiam fraudar a concessão de benefícios previdenciários, favorecendo eleitores que votassem para um candidato a deputado estadual em Roraima. A PF afirma que, além de manipular as eleições, o esquema causaria um prejuízo de mais de R$ 650 mil aos cofres públicos.