Como é que ninguém viu? Câmara pagou R$ 1,5 milhão a mais por obra de anexo inacabado

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Convidado professor da USP José Elias Laier indica que foram gastos R$ 1,5 milhão a mais do que o valor contratado para construção do Anexo da Câmara.
O laudo sobre o prédio anexo da Câmara de Ribeirão Preto apontou irregularidade em 11 dos 12 itens investigados.
O documento foi apresentado nesta quarta-feira (31), indica que ainda faltam 22% para que a construção seja finalizada.

O professor declarou que o preço que mais chamou a atenção foi o valor de R$ 3,5 milhões gastos na superestrutura do prédio, R$ 944 mil a mais do que o orçado no projeto.

Pelo projeto, o anexo inteiro custaria R$ 6,9 milhões.
Mas a Câmara, na gestão do ex-presidente Walter Gomes (PTB), pagou R$ 6,4 milhões apenas pelo esqueleto.

A culpa não é apenas do Sr. Walter Gomes e sim de todos que faziam parte da administração.
Vale lembrar que a função de um vereador é fiscalização, e se pensarmos que a grande maioria dos atuais vereadores, faziam parte de gestão anterior; o que faziam os vereadores, que não fiscalizavam nem a própria casa?
Não é por acaso que a cidade sofreu com uma quadrilha que lapidou os cofres, e só se tomou conhecimento deste fato, quando a Policia Federal, resolveu agir.
O que faziam os vereadores que não fiscalizavam nem mesmo a construção do prédio que estava bem em baixo do nariz de todos?

A construtora Cedro, que ganhou a concorrência pediu alterações no projeto original, o que encareceu o serviço, e hoje ainda precisa de mais R$ 1,7 milhões para finalizar a obra.

A execução teve início em 2015, deveria estar concluído em agosto de 2016, mas segundo laudo do professor que preparou o laudo, faltam 22% a obra para conclusão final, já a construtora afirma que faltam apenas 10% do que foi contratado.

Os problemas não são só valores:

“O prédio seria melhor, mais ecológico e econômico se tivessem sido estudadas várias opções para sua construção. Não foram pensadas questões de sustentabilidade, porque o edifício não dispõe de muita iluminação natural, exigindo muita iluminação elétrica”, criticou o professor, que é especialista em engenharia de estruturas.

Ele ainda apontou outra falha no projeto, indicado por ele como “grave”, que seria a questão de uma viga, que atrapalha a passagem entre o prédio da Câmara e o Anexo.

No projeto ainda não costa a construção de uma passarela que ligue os dois prédios, o que devera ser feito agora, com valores a serem contratados.

Em 30 anos a pior coisa que já viu:
O professor se mostrou estarrecido que em mais de 30 anos de profissão ele jamais havia se deparado com uma situação similar devido à diferença grande de valores.

Com o relatório, o presidente da comissão, o vereador Otoniel Lima (PRB), convocou para acareação, na próxima semana, o ex-secretário de Obras, Abranche Fuad Abdo, o dono da construtora cedro, o engenheiro responsável pela obra e representantes da empresa que desenvolveu o projeto.

As audiências ocorrem entre segunda-feira( 5) e quinta-feira( 8) de junho.