Uma rede clandestina, segundo o UOL, foi implantada dentro do Itamaraty como forma de sabotagem ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Encontros clandestinos eram realizados para debater temas e definir passos.
O grupo atuava de forma contrária às determinações do executivo federal e agiam por conta própria, conforme revelado pelo colunista Jamil Chade.
Essas ações podem ter implicado em diversas complicações internacionais para o governo federal e tido influência direta no resultado das eleições de 2022.
Procurado para comentar a reportagem, o Ministério das Relações Exteriores se manteve em silêncio.
Os encontros clandestinos eram apenas uma das táticas de sabotagem da resistência, que também:
- Montou um esquema de contatos diretos com governos estrangeiros, sem ter de passar pela cúpula do Itamaraty e com o objetivo de desarmar crises diplomáticas.
- Limitou-se a ler “a instrução que chegou de Brasília”, em reuniões na ONU, OMS ou OEA, sem uma atuação de empenho para convencer os demais países a seguir o Brasil em suas posições.
- Copiou documentos que poderiam ser usados para defender um diplomata contra acusações e registrar a ilegalidade de certos atos do Planalto.
- Gravou reuniões de forma clandestina nas quais a cúpula bolsonarista ordenou a suspensão de termos de documentos ou o veto a determinadas resoluções que citassem a palavra “gênero” ou outros temas delicados.
- Vazou informações para a sociedade civil sobre o posicionamento do Brasil na esperança de que uma pressão pública fosse feita para impedir que um determinado ato fosse concretizado.
- Publicou artigos sob o nome de outra pessoa ou de um acadêmico.
- “Arrastou o pé”, diminuindo o ritmo de trabalho na implementação de instruções estabelecidas pela cúpula.
- Enganou a chefia ou informou o que era absolutamente necessário, ocultando da cúpula situações ou posições por parte de outros governos.
- Realizou reuniões sem registros na agenda oficial, impedindo que certos temas ou debates entrassem no radar da direção.