Audiência traça estratégias para o atendimento de morador de rua

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Os fóruns permanentes de atendimento em Saúde Mental e Assistência Social, ambos sob sua presidência da vereadora Gláucia Berenice, se reuniram nesta tarde para discutir ações para as pessoas em situação de rua e os problemas sociais envolvidos, como o uso de drogas nas cracolândias. Participaram do encontro técnicos, autoridades e presentantes de Ong’s que trabalham com o morador de rua.

Sobre as causas da situação de rua, a professora  Regina Fiorati, da Universidade de São Paulo, apresentou o resultado de uma pesquisa realizada entre 2012 e 2013 em Ribeirão Preto que concluiu ser predominante a situação de pobreza da família e que a ruptura dos laços afetivos é um processo que envolve gerações dentro do grupo familiar. “A ruptura, que culmina com a situação de rua, ocorre gerações antes”. Para a pesquisadora, são as políticas de combate à pobreza que podem responder ao problema, oferecendo acesso à saúde, educação e geração de renda, evitando o aliciamento pelo tráfico de drogas. “Devem ser prioridade”, concluiu.

Já a  representante da Secretaria da Assistência Social, Marlene Domingues, informou que o órgão deve investir na capacitação para a abordagem que foi terceirizada e será  efetuada por uma ONG. A dificuldade de encaminhamento voluntário do morador de rua, que muitas vezes recusa a assistência dos serviços sociais foi debatida durante o encontro. Entretanto, a abordagem coercitiva utilizada pela Prefeitura de São Paulo foi criticada por unanimidade. “Essas ações não  são somente desumanas, mas ineficazes. Há uma situação de pobreza estrutural que vai se reproduzindo”, comentou  Fiorati.

Outra crítica foi a respeito do distanciamento dos serviços de atendimento para os moradores de rua. Atualmente, o CETREM está localizado na periferia e o Creas-POP (especializado no atendimento da população de rua) também, longe dos pontos de circulação da população de rua. “Essas pessoas circulam onde tem comércio, pessoas, carros. Então o atendimento deve estar próximo a elas”, explicou Gláucia.

Representantes de Ong`s se apresentaram e falaram sobre os seus trabalhos, bem como os conselhos municipais presentes. A secretaria estadual de Assistência Social, a secretaria municipal de Saúde e a Defensoria Pública também estiveram representadas durante o evento.

Gláucia finalizou  anunciando a organização de uma rede de atendimento.

“ A finalidade da audiência foi dispor todos os serviços públicos e privados voltados ao morador de rua e iniciar uma organização destes para que seja consolidada uma política pública com resultados efetivos. Temos que pensar em várias vertentes como o enfrentamento da pobreza. Oferecemos uma linha apenas de assistência como se  todos os moradores de rua fossem usuários de crack. Ribeirão preto andou na contramão por um bom tempo. Temos que recuperar o tempo perdido ”.