Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) expôs que o governo federal realizou R$ 30 bilhões em despesas fora do Orçamento Geral da União, usando mecanismos que burlam regras fiscais e ameaçam a estabilidade econômica. Os principais achados e riscos são:
1. Não recolhimento de receitas à Conta Única do Tesouro 239
- Auxílio-Gás: O projeto de lei proposto pelo governo direciona recursos da venda de petróleo diretamente à Caixa Econômica, sem passar pelo Orçamento. A medida visa custear o benefício de “gás de graça” para 22 milhões de famílias, mas ignora a transparência fiscal.
- Honorários advocatícios: R$ 14,9 bilhões em recursos de honorários de advogados públicos, acumulados desde 2017, não foram incorporados ao Tesouro, configurando um “orçamento paralelo”.
2. Uso de fundos privados para políticas públicas 236
- Programa Pé-de-Meia: Bolsas para alunos do Ensino Médio são financiadas por fundos privados sem autorização orçamentária. O TCU já havia bloqueado repasses em janeiro, mas liberou temporariamente sob pressão política.
- Fundo Rio Doce: R$ 29,75 bilhões destinados a reparações do desastre de Mariana (MG) não transitam pelo Orçamento, apesar de financiarem ações públicas.
3. Repasses de fundos públicos para crédito via BNDES 239
- BNDES: Em 2024, mais de R$ 30 bilhões de fundos públicos foram direcionados ao banco para concessão de crédito, pressionando a dívida pública a longo prazo.
- Minha Casa, Minha Vida: A nova faixa do programa (imóveis até R500mil)usaraˊ∗∗R500mil)usaraˊ∗∗R 15 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal**, desviando recursos originalmente destinados a outras áreas.
4. Falta de transparência na gestão de fundos 236
- O TCU apontou a inexistência de uma plataforma centralizada para monitorar recursos em fundos públicos e privados. Dados são dispersos e incompletos, dificultando até mesmo o acesso por especialistas.

🔍 IMPACTOS ECONÔMICOS: INFLÇÃO, JUROS E FUGA DE INVESTIMENTOS
A auditoria alerta que essas práticas geram:
- Perda de credibilidade fiscal, elevando o risco-país e desvalorizando o real 16.
- Aumento da dívida pública, com projeções acima do previsto, pressionando a taxa básica de juros (Selic) 29.
- Antagonismo entre políticas fiscal e monetária, complicando o controle da inflação e afastando investidores 69.
⚖️ RESPOSTA DO GOVERNO E CONTEXTO LEGAL
O Ministério da Fazenda defendeu o uso de fundos como “instrumento legítimo e tradicional”, previsto em lei há décadas 29. Embora as medidas tenham aprovação do Congresso (diferentemente do caso Dilma Rousseff), o TCU reforça que a legalidade não elimina os riscos econômicos 36.
📉 O FUTURO DAS CONTAS PÚBLICAS
A auditoria ainda está em fase de instrução, e o relatório final depende de manifestações dos órgãos citados 23. Enquanto isso, a LDO 2026 enviada ao Congresso já sinaliza limites insustentáveis para gastos discricionários, indicando que o governo continuará dependendo de mecanismos extraorçamentários 6.
Em síntese: A combinação de falta de transparência, pressão sobre a dívida e desconfiança do mercado coloca o Brasil em um cenário fiscal frágil, onde o custo do populismo econômico pode recair sobre o contribuinte.