Entenda o que esta acontecendo: No poder há 24 anos, o ditador Assad enfrenta um cenário internacional desfavorável.
🛑 Guerra Civil Completa 13 Anos com 500 Mil Mortos e Conflito em Escalada
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Resumo da Matéria
- Rebeldes jihadistas da HTS tomaram Aleppo, Homs, Sanamayn e outras áreas estratégicas, desafiando o controle do regime de Assad.
- A guerra civil, iniciada na Primavera Árabe, já deixou mais de 500 mil mortos e é marcada por atrocidades de ambos os lados.
- Bashar al-Assad, ditador há 24 anos, enfrenta dificuldades com aliados como Rússia, Irã e Hezbollah enfraquecidos por conflitos externos.
- Manifestações antigoverno ressurgem em Damasco, incluindo a derrubada de estátuas do ex-presidente Hafez al-Assad.
- O grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS), antigo braço da Al-Qaeda, busca consolidar poder enquanto mantém vínculos com grupos extremistas.
Matéria Completa
A guerra civil na Síria, que já se estende por 13 anos, atingiu um novo ápice neste sábado (7), quando os rebeldes jihadistas da Organização para a Libertação do Levante (HTS) tomaram o controle de Aleppo, Homs e diversas outras regiões estratégicas. Este avanço intensifica os combates contra as forças do regime de Bashar al-Assad, que controlavam cerca de 70% do território até o recrudescimento dos conflitos.
Rebeldes Avançam Sobre Cidades-Chave
O ataque liderado pela HTS começou com a captura de Aleppo, centro financeiro da Síria, e rapidamente se expandiu. Em Homs, bastião estratégico que conecta Damasco à costa mediterrânea, rebeldes avançaram enquanto tropas do exército sírio recuaram para o Iraque. Estima-se que entre 1.000 e 2.000 soldados cruzaram a fronteira, muitos gravemente feridos.
A HTS também tomou Sanamayn, ao sul de Damasco, e bases militares em Suweida, região próxima à Jordânia, enquanto insurgentes pressionaram áreas suburbanas da capital, derrubando uma estátua do ex-presidente Hafez al-Assad.
Bashar al-Assad Isolado e Aliados Enfraquecidos
No poder há 24 anos, Assad enfrenta um cenário internacional desfavorável. Seus principais aliados, Rússia, Irã e Hezbollah, sofrem desgastes com conflitos externos — a guerra da Rússia na Ucrânia e o confronto de Irã e Hezbollah com Israel.
Apesar desse apoio, a capacidade militar do regime foi posta à prova pelo avanço da HTS, cuja ofensiva combinou ataques aéreos e terrestres, cercando províncias como Hama, Idlib e Homs.
HTS: De Terrorismo a Tentativa de Legitimação
A HTS, que lidera os ataques, foi designada como organização terrorista pelos EUA e pela ONU. Originalmente vinculada à Al-Qaeda, a facção rompeu laços em 2016 e tenta se apresentar como um governo civil no território que controla.
Sob a liderança de Abu Mohammed al-Golani, a HTS permitiu até uma missa cristã na cidade de Idlib no ano passado, buscando projetar uma imagem mais moderada. No entanto, acusações de repressão, atentados e colaboração com grupos armados continuam a assombrar a organização.
EUA e a Complexidade do Conflito
Os EUA, embora tenham reduzido o foco sobre Golani desde 2018, mantêm críticas à HTS por permitir a operação de grupos extremistas em seu território. Além disso, forças especiais americanas enfrentaram ataques da facção até pelo menos 2022.
A guerra na Síria, que começou com protestos pacíficos na Primavera Árabe, tornou-se uma arena de disputas globais e regionais, envolvendo múltiplos atores e deixando um rastro devastador de vidas perdidas e cidades destruídas.
“A morte nos lembra a finitude da existência, mas também abre portas para novos começos. Nunca deixe de acreditar na redenção e na esperança.”
JORNALISTA AIELLO