Você conhece a história da festa junina?

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Apesar de muitos considerarem uma celebração tipicamente brasileira, a Festa Junina tem sua origem na Europa durante o período pré-gregoriano, de origem pagã e estava diretamente relacionada à fertilidade da terra com a chegada do solstício de verão no continente europeu no mês de junho; vale lembrar que existia uma grande fartura de alimentos para essa comemoração.

 

Com o estabelecimento do cristianismo como religião predominante na Europa, a Igreja apropriou-se dessa celebração pagã e estabeleceu elementos da religiosidade cristã católica. O próprio nome que conhecemos hoje como Festa Junina é uma homenagem à João Batista, figura bíblica que batizava as pessoas para a chegada do Messias. Além disso, três Santos passaram a ser homenageados no mês de junho, que são: Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).

As Festas Juninas chegaram ao Brasil junto com os primeiros jesuítas e também sofreram influências dos índios e dos povos africanos. Essas celebrações refletiam um aspecto importante da sociedade brasileira em relação à vida no campo, é importante lembrar que o nosso país, até meados do século XX, era basicamente rural.

 

Uma das características marcantes dessa festividade podem é a famosa fogueira, que passa a ter um caráter vinculado ao nosso clima nessa época do ano, ou seja, o início do inverno. A dança típica, conhecida como quadrilha, passa ser parte integrante dessa festa e sua origem remonta os bailes das cortes nos palácios europeus, especialmente da França, e teria sido trazida para o Brasil no século XIX.

 

A comilança pode ser vista como um momento de comunhão entre todos os presentes. Muitas das comidas servidas nas Festas Juninas representam alguns aspectos da nossa produção de alimentos, como amendoim, batata doce, milho e o nosso querido quentão. Não podemos esquecer das simpatias para Santo Antônio, o santo casamenteiro! No dia 13 de junho, as igrejas distribuem para as solteiras o pãozinho de Santo Antônio, que, segundo a crença, deve ser colocado junto a dispensa de alimentos, para que nunca falte, e as mulheres devem comê-lo para conseguirem o matrimônio.

 

*Alexandre Claro é coordenador dos cursos de Ciências Sociais, História, Geografia e Pedagogia, e dos cursos semipresenciais de História e Pedagogia do Complexo Educacional FMU | FIAM-FAAM.