Na tradição brasileira, Junho é mês de muita festa, quentão, quadrilha e de comemorar os dias de padroeiros queridos como São João, São Pedro e Santo Antônio.
Foram os nossos descendentes portugueses que trouxeram tanto a cultuação destes santos como as festas que os acompanham. As histórias dos santos são relatos maravilhosos, onde os fatos históricos ganham ainda mais encanto e beleza pela imaginação popular.
A manifestação popular em louvor aos santos Antônio, João e Pedro é parte das raízes culturais do Nordeste, as homenagens revelam quanta devoção existe por trás das festas (religiosas ou/e profanas), que se realizam durante o mês de junho.
“A fogueira está queimando, em homenagem a São João…”, entre os três, este santo detém o maior número de devotos, segundo a crença popular, ele é responsável pela colheita de milho e feijão que se verifica na época, e mesmo quando não há fartura, o santo é homenageado com muita fé e festa.
JOÃO – A festa de São João é realizada na véspera do seu dia. Filho de Zacarias e Isabel, diz a Bíblia que foi ele quem batizou Jesus Cristo com as águas do rio Jordão. Daí vem o nome Batista, o “batizador”. É o mais famosos dos três santos do mês de junto, tanto que as festas juninas também são conhecidas como festas joaninas, em sua homenagem. A festa é profundamente humana e revive rituais do fogo no culto a um santo da igreja católica.
Primo de Jesus, João teve a missão sagrada de preparar o povo para a chegada do Messias. Em muitas cidades da Chapada Diamantina a festa do santo possui aspectos particulares. Ao contrário do São João Menino, lá o santo venerado é o Batista, através de sua imagem adulta. A veneração, bem típica da tradição cristã, cresceu a partir de uma promessa para uma fonte de água não secar. Nessa região, o ritual de celebração de São João dura nove dias, incluindo novena, leilão para realizar a “comida dos inocentes” (doação de alimentos para os pobres) e o Tororó, uma espécie de cunho profano que acaba voltando-se para o religioso no final, com a entrada na igreja. E a música é executada com zabumbas e flautinhas de madeira.
ANTÔNIO – O dia 13 é todo dedicado a Santo Antônio. Existe a lenda de que este santo é “casamenteiro”, embora o povo diga no auge da sua sabedoria, que “Santo Antônio casa a torto e a direito, e que somente São José casa direito”. Já o dia de São João é 24. No Nordeste do País existem muitas festas em homenagem a São João, que também é conhecido como protetor dos casados e enfermos, principalmente no que se refere a dor de cabeça e garganta.
Muito popular em Portugal e no Brasil, Santo Antônio é padroeiro dos pobres e o protetor das crianças. Por isso é apresentado nas igrejas carregando uma criança. Sempre tratado com muito carinho, mas recebe estranhos castigos quando os pedidos não são atendidos. Por exemplo: colocam Santo Antônio de cabeça para baixo dentro de um poço até que a graça seja alcançada.
Alguns símbolos são conhecidos por remeterem ao nascimento de São João, como a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha e a palha. Existe uma lenda que diz que os fogos de artifício soltados no dia 24 são para acordar São João. A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e desceria à terra.
PEDRO – Já São Pedro, 29, foi um humilde pescador e fundador da Igreja do Senhor, além de ser chefe dos 12 Apóstolos. Podemos sempre contar com este santo nas horas difíceis. A ele atribui-se a chegada das chuvas, e, claro, de ser o guardião das portas do céu. É cultuado como protetor das viúvas, por isso são elas que organizam a festa desse dia, juntamente com os pescadores, que também fazem a sua homenagem a São Pedro realizando procissões marítimas.
No dia 29 todo homem que tiver Pedro ligado ao nome, deve acender fogueiras nas portas de suas casas e, se alguém amarrar uma fita em uma pessoa de nome Pedro, este se vê na obrigação de dar um presente à pessoa que o amarrou. Em algumas localidades ainda se realiza a procissão das viúvas, como, por exemplo, no Alto e Médio São Francisco, as viúvas sobem o rio em canos, levando uma imagem do santo para conseguir maior proteção. (Fonte: Ascom UPB)