A Seleção Brasileira de Caratê, comandada pelo técnico Ricardo Aguiar, conquistou, nesse final de semana, o tricampeonato pan-americano da modalidade.
Com 13 medalhas, o Brasil garantiu a hegemonia no continente.
O México ficou com o vice e, em terceiro, República Dominicana.
Dos 13 pódios conquistados, seis foram no lugar mais alto.
Os ouros brasileiros foram conquistados nas disputas por equipe masculina e feminina de kumite e feminina de kata. Douglas Brose (até 60 kg), Beatriz Mafra (até 50 kg) e Hernani Veríssimo também garantiram o título individual.
As pratas foram de Wellington Barbosa (acima de 84 kg) e Alberto Azevedo (até 84 kg), enquanto os bronzes foram do time de kata masculino, Vinícius Figueira (até 67kg), Breno Teixeira (até 67kg), Bianca Mafra (até 68 kg) e Edemilson dos Santos (até 60 kg).
Beatriz Mafra (ouro individual e equipe), Bianca Mafra (bronze individual e ouro equipe), Breno Teixeira (bronze individual e ouro equipe) e Vinícius Figueira (bronze individual e ouro equipe) representam a Equipe de Ribeirão Preto (SME – Secretaria Municipal de Esportes / Total Health / Clínica Collucci / Instituto Ricardo Aguiar).
O domínio brasileiro nos tatames refletiu nas estatísticas do quadro de medalhas.
Foram cinco pódios de diferença para o segundo colocado. A equipe só seria alcançada em números de ouros, por exemplo, se somadas as conquistas de México, República Dominicana, Venezuela e Peru, que estão logo atrás do Brasil na classificação geral.
7 Títulos Pan-Americano do Ribeirão-pretano
No comando da Seleção Brasileira desde 2013 – em 2015 tornou-se, também, coordenador técnico –, o técnico Ricardo Aguiar celebra o momento positivo que o país atravessa no caratê.
Esse é o seu sétimo título Pan-Americano, sendo três como atleta, e quatro como técnico, incluindo os Jogos de Toronto, no ano passado.
“A gente está fechando um ciclo de quatro anos extremamente vitorioso. Foram três títulos no campeonato Pan-Americano e um nos Jogos. Hoje, somos uma potência no continente e no mundo também. O trabalho de grupo, diretoria, comissão técnica e atletas foi de extrema importância nessa conquista”,
afirma.
Fator diálogo – Aguiar explica que no primeiro dia os caratecas brasileiros sentiram um pouco a pressão de lutar em casa. Na ocasião, o time nacional conquistou um ouro, uma prata e um bronze, terminando na terceira colocação geral.
Porém, as coisas mudaram no dia seguinte. Depois de muita conversa entre comissão e atletas, a Seleção reverteu a situação e assumiu o primeiro lugar, faturando mais dois ouros, uma prata e três bronzes.
“Nossos atletas foram mais ousados e a postura começou a mudar. Conseguimos ficar numa situação em que o título só dependia de nós. A emoção havia sido maior do que a razão no começo e, aos poucos, fomos invertendo os sentimentos”,
explica o técnico.
No dia final, o Brasil era líder com uma medalha de ouro na frente do México. Restavam quatro em disputas.
“Fomos para o último dia com uma distância muito pequena para o segundo colocado. A conversa nossa foi de ousadia e coragem, porém com muita responsabilidade. É assim que funciona o alto rendimento no esporte”,
disse.
Deu certo. Dos quatro ouros em disputa, três foram do time verde e amarelo.
“O diálogo evoluiu muito durante o Pan. No começo, agimos com emoção. Depois, falamos sobre ser ousado e racional. Fizemos a lição de casa. O resultado coroa toda a estrutura que a CBK nos dá”,
finaliza Aguiar.
Agora, a Seleção Brasileira está focada no Sul-Americano, que será realizado no fim de junho, na Colômbia.
A competição reunirá as categorias adultas e de base.
Depois, em outubro, ocorre o ápice da temporada, com o Mundial da modalidade, na Áustria.