Trabalhadores e empresários pedem planejamento das autoridades em Ribeirão Preto

Em carta aberta, entidades apontam propostas objetivas para uma colaboração mútua no enfrentamento da pandemia do Covid-19

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Entidades que representam trabalhadores e empresários de Ribeirão Preto e região divulgaram uma carta aberta às autoridades apresentado propostas e solicitando que o enfrentamento ao Covid-19 seja articulado e coordenado entre a União, os Estados e os municípios, a fim de alcançar eficiência nas tratativas das crises de saúde e sócio-econômica já instaladas pela pandemia.

“Esperamos que os entes federativos se unam e convoquem a sociedade brasileira para uma grande mobilização permanente de enfrentamento do novo coronavírus e da crise provocada pela pandemia”, explica Dorival Balbino, presidente da ACIRP.

O documento apresenta sete propostas objetivas para uma colaboração mútua.

As indicações visam, sobretudo, uma reflexão para que sejam estabelecidos diálogos entre as classes e a elaboração de protocolos específicos para cada setor, e que isso possa ser dimensionado para curto, médio e longo prazos.

As entidades alertam sobre a mudança do comportamento social necessária nas cadeias de produção e distribuição e para a urgente necessidade de valorização do pensamento científico nas áreas médicas, econômicas e sociais.

“Acredito que o caminho mais sensato para enfrentarmos essa crise é alinharmos as ações de retomada econômica, com as medidas de cuidado e responsabilidade das pessoas, mesmo porque teremos que continuar a enfrentar esse desafio no médio e longo prazo”, conclui Guilherme Feitosa, diretor do Ciesp.

De acordo com a presidente do Sincomerciários, Regina Pessoti Zagretti, a união é de suma importância neste momento.

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“Estamos preocupados com tudo que está acontecendo, pois capital e trabalho caminham juntos. Diante das incertezas e da falta de estímulo ante aos fatos políticos, é de extrema importância a colaboração mútua, a união”, aponta.

Assinam a carta aberta: ACIRP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto); Casa do Contabilista de Ribeirão Preto; Regional de Ribeirão Preto do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo); Sincomerciarios (Sindicato dos Empregados no Comércio de Ribeirão Preto); SinSindtur (Sindicato de Turismo e Hospitalidade de Ribeirão Preto); Sinprafarma RP (Sindicado dos Empregados no Comércio Atacadista e Varejista de Farmácias; Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Ribeirão Preto; Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis de Ribeirão Preto e Região.

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Propostas de enfrentamento

  • Planos flexíveis de curto, médio e longo prazos. Devem ser flexíveis e monitorados permanentemente, adequando-se à evolução do conhecimento, tendo por base as ciências da saúde e também conhecimentos das engenharias e das ciências sociais para aplicar na proteção das pessoas e no comportamento individual e coletivo. 
  • Trabalhar o “como” flexibilizar como caminho para o “quando”. Iniciar a discussão de como flexibilizar a economia, com base na adoção de EPIs e higienização, adoção de tecnologias e processos que ampliem a proteção à saúde como: turnos diversificados, mobiliários, equipamentos e layouts. Com protocolos obrigatórios quando a situação exigir.
  • Soluções diferentes para realidades diferentes. Reduzir o impacto sobre a sociedade e poderes públicos, levando em conta as diferenças entre setores empresariais, porte das empresas e das cidades e suas regiões. Nesse aspecto, o Decreto 101/2020 da Prefeitura de Ribeirão Preto está alinhado com a realidade da cidade e pode ser utilizado como um modelo para um primeiro passo na flexibilização.
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  • Coordenação regional das medidas. Há um grande movimento de trabalhadores e consumidores dentro da microrregião e as estruturas de saúde do SUS são compartilhadas e obedecem à mesma regulação.
  • Comportamentos e protocolos X mobilização social. Planos e estratégias baseados na regra do “ao me proteger eu te protejo e ao se proteger você me protege”. Escolas, empresas, órgãos públicos e entidades da sociedade civil podem e devem apoiar as ações de mobilização social com vistas a reduzir a propagação do coronavírus.
  • Aprender com outras cidades e países. Incorporar e adaptar os exemplos de combate do Covid-19 em outras cidades, estados e países valendo-se de que as entidades da sociedade civil estão abertas a ajudar na construção desses protocolos setoriais.
  • Medidas de apoio para manutenção das empresas e empregos. Preservar as empresas para que, no momento da retomada, elas tenham saúde suficiente para voltar a produzir e empregar. Que os órgãos governamentais se debrucem sobre o problema buscando maior eficiência e eficácia nas medidas de modo que elas atinjam seus objetivos de a impedir que milhões de empresas e empregos deixem de existir.

Confira a carta aberta na íntegra: https://cutt.ly/PyOfN3Q

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