Mulheres marcam presença no setor de saúde e segurança do trabalho no Brasil

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Segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho, o Brasil registrou cerca de 4,2 milhões de acidentes de trabalho de 2012 até agosto de 2018. Desse total, 15.768 resultaram em mortes. Apenas em 2017, um total de 895.770 acidentes foram registrados no país. Ainda contabilizam nos dados 78.499 fraturas e 67.371 contusões/esmagamentos. A associação também ressalta que aproximadamente 28,7 bilhões de reais foram gastos com benefícios acidentários nesses seis anos, incluindo auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio-acidente.

Além das consequências para quem sofre alguma lesão, os afastamentos refletem na economia brasileira. De acordo com dados da Agência Brasil, o país perde, anualmente, 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) com gastos referentes a folhas em segurança do trabalho. Os números mostram que é cada vez mais importante para as empresas a presença de profissionais habilitados no setor. Assim, para promover a mudança desse cenário no Brasil, o Senac Ribeirão Preto oferece o curso Técnico em Segurança do Trabalho.

A expansão da profissão vem guiada pela crescente demanda do mundo corporativo por profissionais capacitados para atuar no segmento. “Hoje, temos na profissão uma forte tendência à gestão de segurança e saúde ocupacional. São ações administrativas e de controle que auxiliam a longevidade das empresas e o bem-estar dos colaboradores”, diz Milena Serrano, docente da área de segurança e saúde do trabalho no Senac.

O setor, inclusive, abriu as portas para a presença feminina. “Estou na docência há 12 anos e ministrava turmas com 80% de homens. Mas, agora, as mulheres estão se mostrando mais para o setor”, ressalta Milena. Mary Vargas, de 54 anos e ex-aluna do Senac Ribeirão Preto, faz parte do time de brasileiras que optaram por uma carreira na área, redirecionando o caminho profissional.

            “Aos 30 anos, trabalhava com próteses dentárias. Passei por uma gestação e fiquei fora do mercado por muito tempo. Aos 47, recém-divorciada e com filhos, tive a necessidade de voltar para o mundo corporativo e me senti perdida. Sabia que seria difícil retomar as atividades na área de próteses dentárias, então pesquisei e vi as diversas possibilidades do curso Técnico em Segurança do Trabalho. Isso me fez voltar para sala de aula em busca de uma nova profissão que me proporcionasse a independência necessária naquele momento. Consegui”, conta Mary.

Depois de formada, ela conquistou uma vaga em uma empresa do segmento de agronegócio, onde já soma quatro anos de sucesso profissional. “Amo o que eu faço. Acompanho os procedimentos no campo, dou treinamentos, faço integração do pessoal recém-contratado, e tudo isso só reforça a certeza de que fiz a escolha certa. Se não fosse por essa nova formação, eu não sei se hoje teria condições de manter uma casa e os meus filhos”, diz ex-aluna do Senac.

A área de saúde e segurança do trabalho foi um setor predominantemente masculino por anos, porém o cenário apresenta traços de mudança nessa realidade. O fator humanizado do contato direto com as pessoas e a análise das possibilidades do dia a dia corporativo são alguns dos quesitos que pesam na hora das mulheres decidirem qual profissão seguir.

Lilian Moroti, de 24 anos, está no primeiro ano do curso Técnico em Segurança do Trabalho do Senac Ribeirão Preto e já conseguiu um estágio em uma indústria de cervejas da cidade. Ela conta que viu na profissão a oportunidade para traçar uma carreira de sucesso e alavancar a vida financeira. “Eu sou graduada em Biologia, mas não consegui emprego na área. Atuei como auxiliar contábil em um escritório, no entanto estava à procura de outra profissão. A ideia de fazer o curso surgiu por causa da necessidade de aumentar a minha renda e por ver no segmento a possibilidade de trabalhar em um setor amplo. O Estado de São Paulo é rico em indústrias e, ao meu ver, isso significa muitas vagas de emprego”, explica Lilian.

Para a aluna do Senac, a inserção da mulher nessa área deve crescer ainda mais nos próximos anos. “Percebo que há um despertar de interesses maior das mulheres pela área de segurança e saúde no trabalho e que elas vêm ganhando espaço e respeito nas empresas. Onde trabalho, por exemplo, mesmo ainda em condições de estágio, sinto a receptividade dos funcionários”, diz Lilian. Mary Vargas compartilha da mesma opinião sobre a atuação futura das mulheres. “Hoje, estou à frente de equipes que chegam a ter até 60 homens, e o respeito que parte deles é o mesmo em relação a outros colaboradores do sexo masculino.”

 

Informações sobre novas turmas do curso Técnico em Segurança do Trabalho podem ser conferidas no Portal Senac (http://www.sp.senac.br/ribeirao) ou diretamente na secretaria da unidade.

 

Serviço:

Técnico em Segurança do Trabalho

Data: 13 de maio de 2019 a 24 de novembro de 2020

Horário: de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas

Local: Senac Ribeirão Preto
Endereço: Av. Capitão Salomão, 2133, Jardim Mosteiro – Ribeirão Preto/SP
Mais informações: www.sp.senac.br/ribeiraopreto