As vendas do comércio de Ribeirão Preto apresentaram, em agosto de 2017, um crescimento de 1,13%, quando comparadas com o mesmo mês em 2016. De acordo com a pesquisa Movimento do Comércio, realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (SINCOVARP), este é o melhor resultado apresentado desde janeiro de 2014.
Cinquenta por centro das empresas entrevistadas consideraram as vendas de agosto deste ano piores do que as do mesmo período no ano anterior. Para 41,7% dos comerciantes a impressão foi contrária e 8,3% deles disseram que venderam de maneira equivalente nos dois meses estudados.
“De uma forma ou de outra, a economia começa a reagir apesar do ambiente hostil proveniente da área política, com isso as expectativas dos agentes em relação ao final do ano têm se tornado mais positivas e, vagarosamente, as iniciativas de investimento e consumo começam a acontecer”, avalia Marcelo Bosi Rodrigues, economista do SINCOVARP, responsável pelo estudo.
Setores
Cinco setoresapresentaram crescimento nas vendas e quatro deles quedas. O melhor resultado foi mostrado por Móveis, com aumento de 5,55%, setor que enfrentava grande dificuldade para se recuperar. Entre as justificativas para o crescimento, podem ser consideradas as recentes reduções nas taxas de juros. Na sequência de resultados positivos estão Vestuário, com um aumento de 5,40%, seguido por Eletrodomésticos, 4,53%, Calçados, 4,21% e Tecidos/Enxoval, 2,65%. Do outro lado, com redução nas vendas ficaram os setores de Cine/Foto, – 4,85%, Presentes, – 4,61%, Livraria/Papelaria, – 1,38% e Ótica, – 0,33.
Emprego
Entre as empresas participantes da pesquisa não foi registrada qualquer movimentação nos postos de trabalho durante o mês de agosto. Todas as empresas declararam não terem feito alterações nos quadros funcionais durante o período.
Análise
Apesar da turbulência no cenário político, iniciada a partir das investigações da Lava a Jato, que vêm influenciando negativamente a economia, os agentes econômicos parecem ter começado a reagir, movimentando os mercados. Causado pelas recentes reduções na taxa de juros e nos índices de inflação, poucos são os avanços percebidos no âmbito macroeconômico.
“A mudança de humor está relacionada, de fato, ao cansaço dos agentes em esperar uma reação orquestrada e capitaneada por atitudes positivas do governo. Em suma, finalmente é possível ver uma luz no fim do túnel, cuja energia emana da incrível capacidade do brasileiro de se reinventar e criar estratégias para vencer o ambiente hostil que se criou na economia de nosso país”, finaliza Rodrigues.