Apesar da queda de 7,9% em um período de 12 meses nos valores exportados para a China, o País continua sendo o principal destino dos produtos brasileiros, com cerca de 10 bilhões de dólares à frente do segundo colocado, os Estados Unidos. Os dados são do Boletim Comércio Exterior do Ceper/Fundace do mês de julho quando o período dos últimos 12 meses (encerrado em maio de 2017) é comparado com os 12 meses encerrados em maio de 2015.
A queda do valor das exportações para a China é fruto da diminuição do valor exportado de soja, minérios de ferro e óleos brutos de petróleo, principais itens exportados pelo Brasil para a China, como explica o coordenador do Boletim e pesquisador do Ceper, Luciano Nakabashi.
Ainda de acordo com o levantamento, a Argentina foi, dentre os sete países analisados – cuja lista inclui ainda Holanda, Alemanha, Japão e Chile –, o que registrou o maior aumento percentual do valor de itens brasileiros importados quando comparado ao mesmo período do ano anterior – o aumento foi de 12,4%.
São Paulo – Os dados referentes às exportações do estado de São Paulo mostram que o principal destino são os Estados Unidos, que no período junho de 2016 a maio de 2017 importou cerca de 8 bilhões de dólares em mercadoria, apresentando crescimento de 2,9% em comparação com o período de 12 meses encerrado em maio de 2016.
A China, que ocupa a segunda posição, apresenta o aumento mais expressivo no período: a variação percentual foi de 73,6%. Já a Holanda, que ocupa a sexta posição na lista de principais destinos, registrou a maior queda: de 44%.
Região – Na Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP), a China continua sendo o principal destino das exportações. Cabe aqui destacar o aumento do valor exportado para Nigéria e para Argélia (segundo e quarto principais destinos): registrou-se crescimento de 414,53% e de 247,12% respectivamente para estes países na comparação entre os doze meses até maio de 2017 e os doze meses até maio de 2015. Os Estados Unidos foram o único destino cujo valor das exportações apresentou queda.
Ribeirão Preto – Dentre os principais destinos das exportações de Ribeirão Preto – China, Estados Unidos, Malásia, Chile, Argentina e Peru – destacam-se no período as variações percentuais da Malásia, da China e do Chile, que alcançaram respectivamente, 5650%, 492% e 233%. “O aumento das exportações para a Malásia decorreu, em grande medida, do aumento das exportações de minérios de estanho e seus concentrados. Esse aumento foi fruto, em grande parte, do aumento da quantidade exportada do minério de estanho e, em menor grau, do aumento do preço do item no mercado internacional”, detalha Nakabashi.
Já o aumento das exportações para a China, explica o pesquisador, é resultado da soja, algo explicado tanto pelo aumento do seu preço no mercado internacional quanto pela quantidade exportada, que mais que dobrou. O aumento das exportações para o Chile, por sua vez, é atribuído, principalmente, ao aumento da quantidade exportada de itens destinados à alimentação animal.
Sertãozinho – A China lidera como o principal destino das exportações de Sertãozinho, com ampla margem sobre os demais países. Enquanto o País importou 232 milhões de dólares no acumulado em 12 meses até maio de 2017, o segundo destino, a Índia, importou 71 milhões de dólares.
“O aumento das exportações de Sertãozinho para a China nos últimos 12 meses em relação aos 12 meses imediatamente anteriores é explicado pela grande variação do valor exportado de soja, que mais que quadruplicou”, diz Nakabashi.
Os outros principais destinos dos itens exportados por Sertãozinho possuem valores muito próximos. Vale destacar o ganho de participação da Índia e da Argélia nas exportações do município.
Araraquara – O principal destino das exportações de Araraquara é a Holanda, que apesar de ter importado 30% a menos em termos de valor em relação ao período anterior, ainda contribuiu com 316 milhões de dólares no acumulado em 12 meses finalizados em maio de 2017. “Esta queda está diretamente associada à queda do valor exportado de sumos de frutas, principal item da pauta exportadora do município”, explica o professor do Ceper.
Campinas – Argentina e Estados Unidos foram os principais destinos dos produtos de Campinas no acumulado em 12 meses até maio de 2017. Vale também destacar o desempenho de México e Alemanha que passaram de 95 e 81 milhões de dólares no acumulado em 12 meses de Maio/2015 para 113 e 107 milhões em Maio/2017, respectivamente.
Completam a lista de principais destinos Chile e Colômbia, com 52,5 e 36,5 milhões de dólares importados, respectivamente, no acumulado em 12 meses até maio deste ano. “A maior importância de países como Argentina, México e Estados Unidos está relacionada à força da indústria de transformação em Campinas, sendo que estes são importantes mercados de produtos manufaturados brasileiros”, conclui o pesquisador do Ceper.
O boletim completo pode ser acessado no site da Fundace através deste link: https://www.fundace.org.br/_up_ceper_boletim/ceper_201707_00301.pdf
Ceper – O Centro de Pesquisa em Economia Regional foi criado em 2012 e tem como objetivo desenvolver análises regionais sobre o desempenho econômico e administrativo regional do País. Sua criação reúne a experiência de diversos pesquisadores da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) da Universidade de São Paulo em pesquisas relacionadas ao Desenvolvimento Econômico e Social em nível regional, a análise de Conjuntura Econômica, Financeira e Administrativa de municípios e Gestão de Organizações municipais, entre outros. A iniciativa de criação do Centro foi dos pesquisadores Rudinei Toneto Junior, Sérgio Sakurai, Luciano Nakabashi e André Lucirton Costa, todos da FEA-RP/USP. Os Boletins Ceper têm o apoio do Banco Ribeirão Preto, Stéfani Nogueira Incorporação e Construção, São Francisco Clínicas, Citröen Independance e CM Agropecuária e Participações.
Fundace – A Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) é uma instituição privada sem fins lucrativos criada em 1995 para facilitar o processo de integração entre a FEA-RP e a comunidade. Oferece cursos de pós-graduação (MBA) e extensão em diversas áreas. Também realiza projetos de pesquisa in company além do levantamento de indicadores econômicos e sociais nacionais regionais.