Em um pais que já vinha de uma crise de 2008 que poucos conseguiram se recuperar, e agora com a pandemia e histeria de governadores, o desemprego dispara, e logo esqueceremos o vírus chinês, mas a crise financeira demorara anos nos lembrando de sua dura realidade.
O garçom José Roberto Lima, de 28 anos, não sabe se terá emprego depois de amanhã. É que o restaurante em que ele trabalha já demitiu 10 pessoas e antecipou as férias de vários outros empregados desde o início da pandemia do novo coronavírus. E, ainda assim, convocou para amanhã uma nova reunião de funcionários. “A gente não pode ficar parado, mas, com a doença, não tem jeito. Não pode se arriscar”, diz o garçom, que admite estar com medo de ser demitido.
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As demissões representam quase um terço dos funcionários. Das 215 empresas registradas no local, 30 encerraram as atividades – praticamente uma por dia
5 milhões podem entrar na fila do desemprego em apenas três meses
Economistas calculam que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional pode cair até 4,4% neste ano. E lembram que esse baque vai afetar diretamente o mercado de trabalho brasileiro, que já não andava bem. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) calcula que a taxa de desemprego do Brasil pode pular dos atuais 11,6% para 16,1% já neste trimestre. Isso significa que 5 milhões de pessoas podem entrar na fila do desemprego em apenas três meses, elevando de 12,3 milhões para 17 milhões o número de pessoas sem trabalho no Brasil.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recorde foi registrado em março de 2017, quando a taxa de desocupação bateu 13,7%, com 14,1 milhões de brasileiros sem trabalho.
“É de se esperar que tenhamos a maior taxa de desemprego da história, porque, por mais que o governo tente ajudar e que haja uma expansão do crédito, nem todas as empresas conseguirão manter suas atividades nesse quadro de paralisia da economia. Há muitos custos fixos para as empresas”, explica o pesquisador da área de Economia Aplicada do Ibre, Daniel Duque.
Muitos que hoje estão se sentindo confortáveis, mudarão de ideia e serão os mais revoltados.
Funcionários públicos municipais e estaduais, que tem seus salários garantidos, estão entre os que aderiram o #fiquemcasa. Afinal a vida é mais importante do que o dinheiro.
Mas os governos atuais, que obrigam empresas a manterem as portas fechadas, logo vão ver seus cofres esvaziando, e boa parte destes não terão como pagar salários e benefícios dos funcionários publico. Com a lei do teto de gasto, os valores não podem ultrapassar seus limites e muitos acostumados a contratar em anos de eleição, vão ser obrigados a comprar brigas com sindicatos.
Já para combater os expressivos aumentos de gastos em anos de eleição, a LRF proíbe o aumento das despesas com pessoal nos seis meses anteriores ao fim do mandato e a oferta de receitas futuras como garantia para empréstimos, as famosas operações com antecipação de receita orçamentária no último ano de mandato.
Muitos que tem sua renda baseada em locação de imóveis, verão sua renda despencar, e veremos como nunca placas de aluga-se pelas ruas.
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Como a crise afeta o seu bolso?
Como um PIB em queda pode afetar minhas finanças e minha família? De várias formas, mas vamos também procurar simplificar para que seja o mais didático possível. A atual crise econômica brasileira tem algumas consequências diretas no seu orçamento pessoal e familiar:
A) PIB – Produto Interno Bruto. Segundo dados do Boletim Focus do Banco Central (BC), que colhe previsões de 100 instituições financeiras, a economia brasileira irá retroceder 4,55% em 2020. Como falamos acima, um PIB menor, significa salários menores, aumento do desemprego e uma série de outros problemas.
B) Inflação. Como você já percebeu tudo ficou mais caro. Basta ir ao supermercado, jantar fora, comprar produtos básicos. A inflação achata a renda. Quando os produtos sobem, mas o seu salário permanece o mesmo, você perde poder de compra. Todos nós vemos na nossa renda, não da pra comprar o que comprávamos 1 ano atrás. Da inflação não há como fugir, todos na sociedade perdem com ela.
C) Desemprego. Muitas pessoas hoje tem encarado a realidade do desemprego, o que é uma experiência muito difícil. Muitos que estão procurando emprego têm percebido como é difícil para grande parte da população se recolocar no mercado de trabalho.
D) Juros. Com as taxas de juros em alta é preciso ficar muito atento com suas contas de todos os meses. Procure planejar bem seus gastos, para que não entrar em dívidas, pois os juros estão em alta. Quando tiver que pagar uma conta e atrasar outra, procure ver qual delas tem juros menores. Como regra, nunca atrase o pagamento do cartão de crédito, pois tem o juros mais alto de todos no mercado.
Como toda crise, ela irá passar?
Por hora, nem economistas nem especialistas do mercado financeiro veem um horizonte melhor. Ainda estamos em crise e ela pode piorar. Por isso, vale a regra de segurar firme, não perder o controle financeiro do seu orçamento. Não entrar em dívidas neste momento pode ser comemorado. Toda crise passa, mas quanto tempo ficaremos nela, ainda não sabemos. Como disse o filósofo e Orador Romano, Marco Túlio Cícero, melhor é manter as contas equilibradas e não esperar por outras melhoras externas.