Acusado de arrastar uma garota até a morte, Pablo Russel Rocha vai a júri popular nesta quarta-feira (29), em Ribeirão Preto (SP), 18 anos após o crime.
Ele chegou a ser preso, mas obteve um habeas corpus em 2001.
Segundo o Ministério Público, Selma Heloísa Artigas da Silva, conhecida como Nicole, que tinha 21 anos, ficou enroscada ao cinto de segurança da caminhonete de Rocha, quando tentou deixar o veículo após uma discussão entre os dois, em 1998.
O empresário, teria dirigido por dois quilômetros com a vítima sendo arrastada. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou ainda que Nicole estava grávida quando morreu.
A Promotoria argumenta que houve a intenção de matar – homicídio doloso.
Já a defesa sustenta que a morte foi um acidente.
“Essa é a possibilidade de demonstrar, no plenário do júri, que é o tribunal adequado, porque não são os juízes que julgam, e sim os juízes leigos, os jurados, que o Pablo é inocente, que aconteceu um acidente. Trágico, mas foi um acidente”, disse o advogado Sergei Cobra Arbex.
O julgamento está marcado para às 10h, quando cinco testemunhas são esperadas: três de acusação e duas de defesa. Também estarão disponíveis o cinto de segurança, a roda e a capa do pneu do veículo que arrastou Nicole, além de roupas da vítima, fotografias do laudo e do mapa apresentadas pela defesa.
Para evitar um novo adiamento – o júri já foi remarcado quatro vezes – o juiz Giovani Serra Azul convocou um defensor público para substituir os advogados de defesa, caso eles não compareçam.
O plenário será composto por sete jurados, que avaliarão se procedem as acusações de homicídio doloso com agravantes de meio cruel, recurso que impossibilitou defesa e motivo fútil. Em caso de condenação, os crimes podem resultar em pena de 12 anos de prisão.
Quase uma vida’, diz promotor
A nova data do júri popular está confirmada desde abril, depois de a sessão ser suspensa por recursos ajuizados pela defesa. O julgamento foi adiado pela primeira vez em 17 de maio de 2012, após o advogado Sergei Arbex deixar a sessão e alegar que o juiz negou a utilização de novas provas.
No júri desta quarta-feira, a argumentação dele será em torno dos elementos que evidenciem a intenção do empresário em matar a garota.
O advogado Sergei Cobra Arbex nega a intenção de adiar o julgamento durante o processo. Segundo a defesa, os recursos foram ajuizados em função de supostos abusos praticados por magistrados contra seu cliente.
A defesa alega que a moça acabou caindo do carro e ele parou depois, quando percebeu que isso tinha acontecido.