Patrimônio Histórico avenida Nove de Julho será restaurada

Projeto está em fase de desenvolvimento e irá recuperar todo o pavimento da avenida, patrimônio histórico de Ribeirão Preto

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Projeto está em fase de desenvolvimento e irá recuperar todo o pavimento da avenida, patrimônio histórico de Ribeirão Preto

Um dos cartões postais mais charmosos de Ribeirão Preto, a avenida Nove de Julho, será restaurada. A obra, anunciada pelo prefeito Duarte Nogueira na última terça-feira, dia 24 de agosto, está estimada em cerca de R$ 21 milhões, provenientes da operação de crédito com a Caixa Econômica Federal, pelo Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento).

“Vamos iniciar nossa tão esperada recuperação da avenida Nove de Julho. Com ela, iremos dar sequência ao programa Ribeirão Mobilidade em uma área de extrema importância para Ribeirão Preto. É mais emprego, investimento, desenvolvimento e uma cidade com mais qualidade de vida”, disse Duarte Nogueira.

O projeto executivo da restauração já está pronto e a previsão é que a licitação seja concluída em cerca de 120 dias. O projeto prevê a recuperação da avenida Nove de Julho entre a rua Amador Bueno e a avenida Independência. Será recuperado todo o pavimento, com a retirada e preservação dos paralelepípedos para implantação da base, com reforço em concreto, como é realizado nas obras dos corredores de ônibus. O diferencial está na implantação da base de área e realocação dos paralelepípedos no lugar do asfalto. Esse trabalho permite manter a qualidade do pavimento por mais tempo de uso.

foto divulgação

Todo o canteiro central será restaurado, preservando os mosaicos de pedras portuguesas e as árvores, que não serão retiradas. Com a obra, será possível implantar acessibilidade nos cruzamentos e retornos da avenida, com rampas de acesso para cadeirantes, piso tátil direcional e de alerta indicando os pontos de espera e de travessia.

Para o secretário de Obras Públicas, Pedro Pegoraro, a revitalização da avenida visa preservar o patrimônio de Ribeirão Preto. “A Nove de Julho é um importante cartão postal da cidade, mas com grande fluxo de veículos e pessoas. Recuperar este patrimônio é devolver à população a avenida da forma que foi construída, mantendo toda sua originalidade”, explicou.

Outra importante intervenção que faz parte da obra de restauro da avenida Nove de Julho é a implantação de duas galerias de águas pluviais de grande porte, com todo o atual sistema de drenagem da avenida refeito e melhorado. O escoamento das galerias será pelas ruas São José e Marcondes Salgado até o córrego Retiro Saudoso, na avenida Francisco Junqueira. Este escoamento será importante também para auxiliar parte da drenagem das águas pluviais do centro.

Após pronta, a avenida fará parte do total de 11 corredores de ônibus que estão sendo implantados em Ribeirão Preto pelo Programa Ribeirão Mobilidade, totalizando 56 quilômetros que percorrerão as principais avenidas do município.

História

A avenida Nove de Julho, trecho entre as ruas Tibiriçá e São José, foi inaugurada em 1922, com o nome de Av. Independência, escolhido para homenagear o Centenário da Independência do Brasil. O projeto da avenida foi idealizado pelo então prefeito municipal, João Rodrigues Guião, em 1921.

No dia 7 de setembro de 1922, foi inaugurado o obelisco comemorativo no entroncamento da então Av. Independência com a rua Tibiriçá. Posteriormente, o obelisco foi transferido para a confluência das atuais avenidas Nove de Julho e Independência.

arquivo pessoal

Em 1934, a avenida passou a denominar-se Nove de Julho, sendo uma homenagem à data de Nove de Julho de 1932, quando foi deflagrada a Revolução Constitucionalista, um movimento em prol da elaboração de uma Constituição para o Brasil.

No ano de 1949, durante o governo do prefeito municipal José de Magalhães, foram iniciados os estudos para o prolongamento da avenida Nove de Julho entre as ruas Sete de Setembro e a atual Avenida Independência.

Ainda no ano de 1949, a avenida Nove de Julho foi calçada com paralelepípedos entre as ruas Barão do Amazonas e Cerqueira César, além de receber o plantio de 40 árvores da espécie sibipiruna.

Durante a década de 1960, a avenida abrigou algumas das principais mansões de propriedade da elite econômica da cidade; posteriormente, em função de sua posição privilegiada (vetor sul da cidade), consolidou-se como um importante setor bancário.

Foto Divulgação