Na tarde desta sexta-feira, dia 26 de maio, será enterrada a cápsula do tempo em comemoração aos 100 anos do Palácio Rio Branco, sede da prefeitura de Ribeirão Preto. Muita coisa mudou neste período, os cartões postais de Ribeirão Preto já são outros, as ruas da cidade possuem muito mais carros e os edifícios, que nessa época a cidade não tinha nenhum, hoje são centenas.
E uma forma encontrada para preservar a história atual para as futuras gerações saberem como foi o centenário do Palácio Rio Branco, é deixar registros, fotos, mensagens, cartas, jornais e revistas dentro de uma cápsula, que serão revistas somente no bicentenário de Ribeirão Preto, em 19 de junho de 2056.
A iniciativa de preparar a cápsula do tempo foi do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira, para deixar registrados os fatos da cidade para serem conhecidos no futuro. “Temos aqui 100 anos da história de nossa cidade e precisamos dar continuidade. Por isso, mostrar no futuro os costumes, como vivia e pensava a população de Ribeirão Preto é importante para deixar registrado toda à história de uma geração”, afirmou Nogueira.
O prefeito anunciou também a escolha de cinco guardiões da cápsula do tempo entre os alunos que visitarão o Palácio Ribo Branco nesta sexta-feira. Eles serão os responsáveis por zelar da cápsula e assegurar que ela será aberta no dia 19 de junho de 2056. “Este alunos que hoje têm cerca de dez anos, terão 50 na [época da abertura e poderão lembrar as autoridades da época para que retirem a cápula e mostre os documentos”, disse o prefeito.
Visita ao Palácio Centenário
Como forma também de manter e propagar a história do Palácio, desde segunda-feira, dia 22 de maio, alunos da rede municipal de ensino estão fazendo visitas monitoradas para conhecer a história do Palácio Rio Branco.
Assim que entram no Palácio, os alunos podem ver a exposição “Ribeirão Preto 150 anos – História Político-administrativa” e conhecer um pouco mais da história da cidade. Depois, fazem um passeio pelas dependências do Palácio Rio Branco e assistem a um vídeo que narra resumidamente um pouco da história desses 100 anos do Palácio e outro sobre a cidade de Ribeirão Preto.
Palácio Rio Branco
As obras do Palácio Rio Branco foram iniciadas em 3 de agosto de 1915 e a obra ficou pronta em abril de 1917. O prédio conta com dois pavimentos e um porão, tem 600 metros quadrados de área coberta, totalizando 1800 metros quadrados de construção. O estilo de sua fachada é uma transição do barroco para o moderno, e foi inspirado nas fachadas arquitetônicas do início do século da França.
O nome escolhido foi uma homenagem ao Barão do Rio Branco, falecido em 1912, que também ganhou um busto na praça que fica em frente ao Palácio. Durante seus anos iniciais, o Palácio foi a sede da Câmara dos Vereadores, da Prefeitura, da Procuradoria e outros órgãos políticos.
Mas nem só de política o Palácio Rio Branco foi palco. No início do século 20, o poder conferido aos coronéis do café da cidade, que tinha a maior produção cafeeira do mundo, era exercido no interior dos salões. Em grandes mesas no Salão Nobre, fazendeiros milionários, muitas vezes nomeados vereadores sem eleição, fechavam negócios e determinavam os destinos econômicos da cidade, do estado e, muitas vezes, do Brasil.
O Governo Municipal (Câmara e Prefeitura) funcionou junto no Palácio Rio Branco até 1956, quando a Câmara foi transferida para o antigo prédio da Sociedade Recreativa, na Rua Barão do Amazonas, nº 323, onde fica hoje o MARP – Museu de Arte De Ribeirão Preto.
O Palácio Rio Branco tem dois salões que marcaram as grandes decisões da política e economia de Ribeirão Preto, o Salão Rosa, nomeado como Orestes Lopes de Camargo e o Salão Nobre Antônio Duarte Nogueira. Hoje, estes salões representam a história viva de Ribeirão Preto.