Pessoas em todas as partes do Brasil poderão observar a chuva de meteoros Delta Aquariidis, também conhecida de Delta Aquáridas, que terá o pico na madrugada de quinta (29) para sexta-feira (30). Nas condições ideais, será possível enxergar de 20 a 30 meteoros por hora cruzando o céu.
Para fazer uma boa observação, o astrônomo Marcelo De Cicco, coordenador do projeto de detecção de meteoros Exoss, ligado ao Observatório Nacional, orienta que é importante estar em um lugar afastado das luzes da cidade, como um sítio ou uma chácara. O brilho da Lua, que está visível no céu nesta semana, pode atrapalhar um pouco, mas não impedirá a visualização do fenômeno.
“A Lua está em fase cheia e sua luminosidade deve ofuscar um pouco o brilho dos meteoros. Ainda assim, trata-se de uma chuva relativamente intensa e com meteoros bem brilhantes”, afirma.
A chuva de meteoros tem esse nome pois tem como radiante a Constelação de Aquário, localizada na mesma direção que a estrela Delta Aquarii. Isso significa que todos os meteoros parecerão se originar desse ponto no céu aos olhos do observador, mas trata-se meramente de um efeito de perspectiva.
Segundo De Cicco, não há um horário específico que seja melhor para contemplar o fenômeno, mas é preciso esperar até, pelo menos meia-noite, quando a constelação de Aquário estará mais alta no céu.
Ele explica que não se deve fixar a visão só nesse ponto específico, mas observar o céu em todas as direções — de preferência reclinado em uma cadeira de praia ou algo do tipo, de modo a ter o maior campo de visão possível.
O que é um meteoro?
Popularmente conhecido como “estrela cadente”, um meteoro é um fenômeno que caracteriza a passagem de um meteoroide pela atmosfera terrestre, provocando um rastro brilhante no céu e, eventualmente, sons. Meteoroides, por sua vez, são fragmentos de cometas ou asteroides, que se desprendem desses corpos celestes e ficam vagando pelo espaço, em órbitas em torno do Sol.
De acordo com o astrônomo, a Delta Aquariidis é proveniente de rastros deixados pelo cometa 96P/Machholz, descoberto pelo norte-americano Donald Machholz em 12 de maio de 1986. Na realidade, ainda espera-se uma validação sobre a origem do fenômeno, mas, à medida que os estudos avançam, acredita-se que esta é a possibilidade mais concreta.