Vereadores, prefeito e deputados são omissos diante do caos no atendimento e dificuldades enfrentadas pelos cidadãos
O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran SP) decidiu fechar seus postos de atendimento em Ribeirão Preto, causando um verdadeiro colapso na documentação de veículos para uma população regional de mais de 3 milhões de habitantes.
A situação se agrava pela inação de autoridades locais e regionais, evidenciando o descaso com os cidadãos e despachantes que dependem desses serviços essenciais.
O órgão, que costumava ter um ponto de atendimento na Avenida Independência, foi transferido para as dependências do Poupatempo. Antes, os cidadãos podiam resolver problemas ou obter instruções facilmente, mas agora, o atendimento tornou-se um verdadeiro desafio.
Os funcionários do Detran, apelidados pelos despachantes de “deuses intocáveis”, dificultam o acesso e tornam-se inacessíveis para os cidadãos, que não têm um canal direto para reclamações ou informações.
O atendimento, agora realizado por funcionários do Poupatempo, que atendem diversas áreas do estado de São Paulo, resulta em superficialidade no conhecimento, prolongando processos que antes eram resolvidos em minutos.
MESES:
Com a falta de atendimento eficiente, os processos se acumulam, deixando os cidadãos à mercê da própria sorte.
Mesmo com a opção de atendimento gratuito, agendamento para o primeiro atendimento leva no mínimo 15 dias, e qualquer falha nesse processo implica em mais atrasos.
Contratar um despachante tornou-se uma opção inviável devido à devolução injustificada de documentos e solicitações redundantes. O atendimento presencial às terças-feiras, com uma gerente do Poupatempo, é insuficiente, considerando o volume de documentos recusados durante a semana.
Menos dinheiro para o cidadão e mais dinheiro no caixa do estado
A demora nos processos também acarreta em problemas financeiros para os cidadãos, com vistorias vencidas e multas por atraso na entrada de documentos, onerando ainda mais quem busca cumprir as obrigações legais.
Despachantes são unanimes em dizer que os serviços pioraram muito.
Carlos Silva, Despachante em Ribeirão Preto
“Desde que o Detran SP decidiu fechar os postos de atendimento em Ribeirão Preto, a vida dos despachantes virou um verdadeiro pesadelo. Antes, conseguíamos resolver processos em um ou dois dias, mas agora a demora é absurda, chegando a meses! Documentos são devolvidos por erros bobos, pedindo informações que já foram apresentadas anteriormente. Parece que o único funcionário que nos atende às terças-feiras se considera um deus, agindo como se estivesse fazendo um favor. Isso não é atendimento público, é desrespeito com nossa profissão e com os clientes que dependem de nós.”
Foto: Reprodução / Youtube
Paula Oliveira, Despachante em Ribeirão Preto
“A situação dos despachantes e, consequentemente, dos nossos clientes, está caótica desde o fechamento dos postos do Detran SP em Ribeirão Preto. A demora nos processos é inaceitável, e os erros constantes na devolução de documentos são um descaso total. Estamos lidando com retrabalho constante devido a falhas do órgão, que parece não se importar com a eficiência do serviço. Essa mudança só trouxe problemas e frustração para todos nós.”
Roberto Santos, Despachante na região metropolitana
“A decisão do Detran SP de fechar os postos de atendimento em Ribeirão Preto afetou diretamente a qualidade do nosso trabalho como despachantes. Além da demora absurda nos processos, enfrentamos uma verdadeira batalha para corrigir os erros grotescos cometidos pelo órgão. E o que dizer do atendimento às terças-feiras? O único funcionário disponível age como se estivesse nos fazendo um favor. Isso é inadmissível! Os despachantes e seus clientes merecem respeito e eficiência, não esse descaso que estamos vivenciando.”
dovulgação
A pergunta que ecoa é: Onde estão os representantes eleitos para defender os interesses da cidade e da região? Vereadores, prefeito Duarte Nogueira e deputados estão omissos diante do sofrimento da população, enquanto a promessa de desburocratização do governador Tarcísio se mostra distante da realidade, impondo dificuldades à sociedade que clama por soluções.
Enquanto isso, a classe política parece viver em uma realidade paralela, alheia às dificuldades enfrentadas por profissionais da área e cidadãos comuns.
