Falece Pedro Evaristo Schiavon o Porto Alegre, uma bandeira do rádio em Ribeirão

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Pedro Evaristo Schiavon, mais conhecido como Porto Alegre, considera-se o primeiro radialista brasileiro a utilizar o telefone durante a programação de rádio. Até hoje, ninguém contestou essa afirmação. Dos 82 anos de idade, 52 foram dedicados ao rádio.  O Sala D Visita entrevistou esse radialista que fez história em Ribeirão Preto.

Quando e como começou sua ligação com o rádio?
Porto Alegre: Quando eu tinha 14 anos, eu ia frequentemente à Biblioteca Municipal de Pelotas [RS] buscar livros para ler junto com minha mãe, que estava doente e tinha que ficar o tempo todo em repouso. Foi a maneira que encontrei de ficar próximo dela. Um dia, a bibliotecária me convidou para participar do auditório de um programa de rádio que ia acontecer na biblioteca. Eu recusei, mas ela me disse que só liberaria os livros se eu participasse. O programa era produzido pela Rádio Cultural de Pelotas e apresentado por José Martins que fazia perguntas de conhecimentos gerais. Eu acabei ganhando todos os prêmios e a visibilidade foi tanta que fui convidado para ser colaborador da rádio.

Qual foi o primeiro programa do qual você participou como locutor?
Porto Alegre: Eu tinha menos de dezoito anos quando criei o programa Segue o Espetáculo, na Rádio Cultural de Pelotas, onde apresentava notícias do cinema, do teatro e todos os eventos culturais de Pelotas.

Por que você escolheu Porto Alegre para ser o seu nome artístico?
Porto Alegre: Esse nome surgiu por causa do meu professor de Educação Física, Júlio Herculano Pedroso Mazzei, ele também foi preparador físico do jogador Pelé. O Mazzei não era muito bom em guardar nomes e durante as aulas, o professor dizia: Ei, você aí de Porto Alegre venha até aqui. De tanto ouvir Porto Alegre pra lá, Porto Alegre pra cá, resolvi adotar o apelido como nome artístico.

Quais as funções que você desenvolveu no rádio?
Porto Alegre: Fiz de tudo. Se precisasse de um animador de auditório, eu estava ali. Se precisasse de um programador, logo me chamavam. Trabalhei em todas as funções que existiam no rádio. A única área em que não atuei foi na técnica de edição; não porque não sabia, mas porque não gostava. De todas as funções, minha maior paixão era a discoteca. Cada disco novo que chegava, eu fazia questão de escutar inteiro, fazer as anotações necessárias e organizá-los.

Durante o apogeu do rádio, foi o período em que você apresentou muitos programas. Quais as celebridades da época que você entrevistou?
Porto Alegre: Convivi com artistas consagrados como Moacyr Franco, Maysa, Marlene, Hebe Camargo, Emilinha Borba, entre muitos outros. Até hoje, guardo uma caixa de fotos com várias imagens desses artistas e muitos outros nomes importantes da música, do teatro e da TV.

Você recebeu convite para trabalhar na TV?
Porto Alegre: Em 1970, representei Ribeirão em um programa de TV de São Paulo, chamado Cidade contra Cidade, em que cada município produzia um show e a equipe vencedora levava para o Sílvio Santos apresentar o espetáculo na extinta TV Tupi. Eu disputei com 120 animadores e ganhei o primeiro lugar. Isso fez com que Silvio me elogiasse no ar e me convidou para trabalhar na televisão. Como o meu terceiro filho tinha acabado de nascer, a minha esposa não quis mudar para São Paulo, porque ela achava melhor educar as crianças em Ribeirão.

Qual foi a sua principal contribuição para o rádio?
Porto Alegre: Fui o primeiro radialista a utilizar o telefone no rádio e interagir com os ouvintes. Isso aconteceu no ano de 1956. O primeiro programa em que incorporei o telefone durante a programação chamava Às suas ordens. Esse programa foi um grande sucesso e teve muita audiência.

 

Nossa homenagem a esta bandeira do radio.
Entrevista realisada por saladvisita.com.br

Local de velorio e ultimas homenagens informaremos em breve