USP Filarmônica apresenta a estreia mundial da ópera O Jovem Rei de Lucas Galon

"Como é estranho estar aqui", pensou o Jovem Rei, cuja mente estava em conflito ao descobrir o luxo e a responsabilidade de sua nova posição. A história fascinante de Oscar Wilde em O Jovem Rei nos transporta para o dilema

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As récitas da ópera, gratuitas, ocorrerão no Teatro do Campus de Ribeirão Preto da USP nos dias 18 (ensaio geral aberto, às 19h), 20 (primeira récita), 22 (segunda récita) e 25 de junho (terceira récita) – incluindo ainda uma quarta apresentação, na forma de concerto, no Teatro Municipal de São Carlos, a 26 de junho – sempre às 20h

“Como é estranho estar aqui”, pensou o Jovem Rei, cuja mente estava em conflito ao descobrir o luxo e a responsabilidade de sua nova posição. A história fascinante de Oscar Wilde em O Jovem Rei nos transporta para o dilema de um jovem príncipe, mas também nos faz refletir sobre a essência da liderança e a complexidade dos desejos humanos.

Este conto, rico em simbolismo e drama, serve como a inspiração perfeita para uma nova obra artística que promete encantar e desafiar o público, a ópera O Jovem Rei, idealizada e composta pelo maestro e professor Lucas Eduardo da Silva Galon, a mais nova contratação do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

A estreia será na quinta-feira, 20 de junho, às 20h, no Teatro do Campus da USP em Ribeirão Preto. A apresentação é gratuita, e os convites podem ser retirados no dia 14 de junho, entre 14h e 18h, no Centro Cultural Palace, localizado na Rua Álvares Cabral, 322, ou no Teatro da USP. Após uma reforma concluída em março, o Teatro do Campus em Ribeirão Preto passa a ser o primeiro teatro com fosso de orquestra para ópera e balés sinfônicos de toda a USP.

A montagem da ópera inédita

O Jovem Rei,a primeira ópera produzida integralmente na USP – tanto na sua composição como na sua performance  tem duração de uma hora e vinte minutos, dividida em dois atos de 40 minutos cada. No primeiro ato, a narrativa se concentra na história do jovem rei, explorando o período que antecede sua coroação. O segundo ato aborda os desdobramentos de sua emancipação, quando o jovem rei, rejeitando o trono, opta por se vestir como mendigo. A trama traz à tona importantes questões sociais, como a luta de classes, destacando o conflito entre os sentimentos pessoais conscientes e as responsabilidades impostas pela realeza.

Na obra estão envolvidos cerca de 100 artistas no palco, entre cantores, atores, músicos instrumentistas e solistas, entre eles Clóvis Português, que interpreta o personagem-título; Kismara Pezzati; Alexandre Mazzer; Maria Yuka de Almeida Prado; e Tomas Callas. “Esses professores e jovens talentos estão, na verdade, participando para inspirar de fato nossos estudantes, já que eles já têm mais experiência”, diz Galon.

A produção da ópera conta com José Maurício Cagno, na direção cênica, e Gerson Watanuki, na elaboração de figurinos, ambos parceiros de longa data do maestro, que exalta a possibilidade de transformar o conto em uma obra multifacetada, “que tem diálogos, partes cantadas e partes faladas.”

A ópera O Jovem Rei, na sua estreia mundial, é uma parceria da USP Filarmônica com a Academia Livre de Música e Artes (ALMA) e o Departamento de Música da FFCLRP-USP, com participação especial do Estúdio de Ópera da Companhia Minaz.

Inspiração

Galon diz que começou a trabalhar com a ópera há dois anos e o texto de Oscar Wilde sempre o perturbou por várias razões, fazendo-o refletir sobre a própria natureza da arte, o que levou à adaptação para a ópera. “O conto O Jovem Rei aborda a história de um jovem que, criado em um ambiente humilde, é inesperadamente elevado à posição de rei e passa por dificuldades com as rígidas regras da corte.”

O professor compositor, que também atua como maestro da USP Filarmônica neste projeto operístico, destaca as várias possibilidades dramáticas do texto, que, embora seja “um conto de emancipação, com elementos infantis”, contém “significados e complexidades simbólicas que poderiam me ajudar, em termos de fazer uma música interessante e transformá-la em ópera”. O libreto, enredo da ópera, contou com a colaboração (versão inglesa) do então pós-doutorando pela FFCLRP-USP, Paulo Eduardo de Barros Veiga, também integrante do grupo de pesquisa Poíesis Crítica, liderado pelo Prof. Rubens Russomanno Ricciardi.

A ópera tem apoio do Ministério da Cultura e do Departamento de Música da FFCLRP-USP – uma produção da própria USP Filarmônica em conjunto com a ALMA, captadora de recursos do Programa de Ação Cultural (ProAC) e da Lei Rouanet.

SERVIÇO

Récitas da ópera O Jovem Rei

Ensaio aberto: 18/6 (terça-feira), às 19h

Local: Teatro do Campus de Ribeirão Preto da USP

1ª récita e estreia mundial: 20/6 (quinta-feira), às 20h

Local: Teatro do Campus de Ribeirão Preto da USP

2ª récita: 22/6 (sábado), às 20h

Local: Teatro do Campus de Ribeirão Preto da USP

3ª récita: 25/6 (terça-feira), às 20h

Local: Teatro do Campus da USP de Ribeirão Preto

4ª apresentação na forma de concerto: 26/6 (quarta-feira), às 20h

Local: Teatro Municipal de São Carlos