Nesta segunda-feira, dia 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água. Assim como no ano passado, as comemorações serão tímidas em função da pandemia de coronavírus que exige como uma das prevenções o distanciamento social.
A comemoração deste dia foi estabelecida por uma resolução da Organização das Nações Unidas, no dia 21 de fevereiro de 1992, e serve como período de reflexão sobre a necessidade da água para todos os seres vivos, indistintamente. Sem água não há vida. Por isso seu uso racional é cada vez mais necessário e urgente.
Ribeirão Preto tem uma situação privilegiada de oferta de água do aquífero Guarani, que merece e precisa ser preservado. Pela redução de exploração de água, o Daerp implantou em 2018 o Programa Permanente de Gestão, Controle e Redução de Perdas e Eficiência Energética.
É o maior e mais importante programa implantado pela autarquia e que tem como meta melhorar a gestão dos recursos hídricos e levar à diminuição em 50% das perdas totais até o final do ano que vem.
No final de 2016, as perdas totais de água representavam 62,48%. Atualmente, as perdas estão próximas de 50%. A maior parte das perdas se dá por vazamentos, mas há também submedição, fraudes e furtos de água no sistema de abastecimento. Para reduzir a submedição, o Daerp substituiu 132 mil hidrômetros que tinham mais de cinco anos de uso, estavam embaçados ou com defeitos que impediam a medição correta do consumo.
O Daerp também está investindo na distribuição de água, com a substituição de 48,2 quilômetros de redes nos bairros Campos Elíseos e jardins Macedo, Recreio e São Luís. Nestes bairros também estão sendo trocados cerca de 4,9 mil ramais, com investimentos de R$ 12,2 milhões.
Para a redução de perdas na distribuição, estão sendo concluídas as obras de construção de cinco novos reservatórios, com capacidade de armazenar 6,8 milhões de litros. O investimento é de R$ 6,1 milhões. Ao levar a água para reservatórios e distribuir por gravidade, o Daerp controla a vazão e reduz a pressão da água, a grande responsável pelos vazamentos.
Setorização
Neste ano de 2021, o programa de redução de perdas será intensificado com a setorização da distribuição e abastecimento. O projeto do Daerp prevê investimentos de R$ 121,7 milhões, com R$ 115,4 milhões de repasses do governo federal, por meio da Caixa Econômica Federal.
Serão criados 56 setores de distribuição, com a implantação de 65 quilômetros de adutoras, construção de 17 novos reservatórios e renovação de 10 poços tubulares profundos, perfuração de um novo e recuperação de outros nove. A implantação das adutoras já está contratada e deve ter início no próximo mês.
Pelo projeto também está sendo implantado o programa de pesquisa e reparo de vazamentos não visíveis, que irá atingir 2,5 mil quilômetros de redes de água da cidade. Também está prevista a contratação empresa especializada em caça-fraudes, para detectar ligações clandestinas e fraudes em medidores de consumo.
Ainda dentro do programa de setorização está a implantação dos Distritos de Medição e Controle (DMCs) e do Centro de Controle Operacional (CCO), que permitirá o monitoramento à distância de todo o sistema de captação, adução e distribuição de água. Com todo o sistema implantado, os investimentos somarão mais de R$ 152 milhões e as perdas totais devem ficar entre 25% e 30%.
Direitos da Água
No mesmo dia de criação do Dia Mundial da Água, a ONU lançou a Declaração Universal dos Direitos da Água, apresentada com as principais normas:
1. A água faz parte do patrimônio do planeta;
2. A água é a seiva do nosso planeta;
3. Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados;
4. O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
5. A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores;
6. A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo;
7. A água não deve ser desperdiçada nem poluída, nem envenenada;
8. A utilização da água implica respeito à lei;
9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.