Papa “autoriza” MST a invadir propriedades da Igreja Católica

Em meados dos anos 90, o Incra estimava que as terras da Igreja Católica no Brasil eram suficientes para abrigar 22 mil famílias de sem-terra

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Os católicos apostólicos romanos têm na figura do papa a representação de Deus na Terra.

Por esse dogma, reconhece-se a infalibilidade no exercício desse cargo eclesiástico. A palavra do sumo pontífice, portanto, tem um peso e uma importância cruciais na definição da fé católica.

Mario Bergoglio sabe muito bem disso. Só não tem papas na língua.

O bispo de Roma, desde que assumiu seu pontificado, já se notabilizou por discursos que fazem a falecida teologia da libertação parecer pregação de um calvinista.

Photo/Riccardo De Luca)

Em suas declarações oficiais, o papa Francisco vem causando perplexidade em seus seguidores mais conservadores – e calafrios, nos mais ortodoxos.

Fiel ao seu esforço em criar placas tectônicas nos alicerces da Santa Sé, Francisco resolveu ir além do que está sacramentado até em termos sociológicos ou econômicos na civilização terráquea.

Para o líder do Vaticano, “a tradição cristã nunca reconheceu como absoluto e intocável o direito à propriedade”.

A frase foi proferida numa recente conferência internacional franciscana.

E vai além: “o direito de propriedade é um direito natural secundário, derivante do direito que todos têm que nasce da destinação universal dos bens criados”. 

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É de se imaginar o alvoroço que tal testemunho causa no mundo secular.

Neste, a Igreja Católica talvez seja a instituição criada por seres humanos que mais terras e riquezas acumulou durante os últimos milênios.

Por volta do século 7, já era a maior proprietária em todo o mundo. Hoje, em seu nome, há um latifúndio de terreno incalculável, espalhado por todos os continentes em que missões católicas levaram sua palavra e lavraram, literalmente, suas escrituras.

Aqui no Brasil, o novo catecismo franciscano tem solos férteis para prosperar.

Basta que o MST ou os movimentos de sem-teto ouçam o chamamento do papa e invadam (ocupem?) as propriedades (ou direitos secundários) que a Igreja Católica detém neste país continental.  Em meados dos anos 90, o Incra estimava que as terras do santo papa no Brasil eram suficientes para abrigar 22 mil famílias de sem-terra. Amém.

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